Tudo bem
Tudo zen
Tudo além
Nas tristezas que eu mesmo causei
A culpa foi só minha se eu te amei
Eu derrubei todos os meus muros
E no barco eu mesmo fiz os furos
Arrumei a minha cama na solidão
Eis a eterna espera do meu verão
Tudo sem
Tudo nem
Tudo além
...............................................................................................................
Sem sabiás e sem manacás
eis aí minha poesia
o sabiá já morreu
o manacá nem floriu
Mil mentiras contadas
afligiram-me feito setas
que me acertaram alvo
Não quero complicar mais
do que assim está
As nuvens se despedaçaram
no mais frio dos choros
...............................................................................................................
Os aldeões com seu grande alarido
Iluminavam espectralmente a noite
Com suas dezenas de tochas acesas
Como naqueles filmes baratos
De um terror mais que infundados
Mas era um bocado diferente
O seu mais revoltado objetivo
Não queriam invadir o sinistro castelo
E matar o monstro criado em laboratório
Estavam querendo matar o sonho
Que tristemente sustentava
Suas próprias vidas já mortas...
...............................................................................................................
Eu não tenho culpa
Não tenho culpa alguma
É que eu saí pra rua
E não me preveni corretamente
Meu sonho atacou-me
E eu tive que sair voando...
...............................................................................................................
No caderno de minha memória
Guardei meus segredos mais caros
Como sou infeliz!
O papel foi amarelando e amarelando
As letras sumindo e sumindo
E o que me era tão caro
Acabou ficando sem valor algum
Apenas um velho caderno
Com enigmas indecifráveis
...............................................................................................................
Olho o relógio
Vejo nuvens
Confundo letras
Construo acasos
Faço propostas
Ganho negativas
É tudo tão simples
Feito um labirinto
A cafeína vai
Lentamente nas veias
E um som de silêncio
Acompanha solitário
A mais pobre
Frequência cardíaca
...............................................................................................................
Talvez a dor passe ou me acostume
O que me parece a mesma coisa
Talvez a alma morra ou envelheça
O que me parece a mesma coisa
Talvez a maldade caia ou desmaie
O que me parece a mesma coisa
Talvez os tiros errem ou falhem
O que me parece a mesma coisa
E ainda sobre alguma coisa
Para afinal eu poder comemorar
...............................................................................................................
Foram tantas as vezes
que fechei meus olhos
e enxerguei a absoluta escuridão
mas isso foi inútil...
A luz voltou aos poucos
e o dia finalmente amanheceu...
Foram tantas as vezes
que eu jurei não mais amar
e sequei minhas veias
para que o coração não batesse...
Um anjo veio me visitar
e acabou me ressuscitando...
...............................................................................................................
Nenhum comentário:
Postar um comentário