sábado, 21 de dezembro de 2019

Poema das Medidas

Resultado de imagem para menino medindo
Faço questão de não fazer questão alguma
porque minha alma em cacos tenta ressurgir
não exatamente das cinzas que não tenho
mas dos pesadelos disfarçadas em sonhos
É triste saber que tanta coisa já foi embora!
Cabe a nós decidirmos sua real natureza
Os carros andam em desespero lá fora
E os motoristas nem se preocupam com isto...
Faça chuva ou faça sol haverá sol ou chuva
e as andorinhas andarão em grandes bandos
procurando outros pequenos verões mágicos
Eu acabei escolhendo meu desespero sob medida
e mesmo assim acabei não encontrando
o destino é apenas um viciado em imprevistos
quando menos vemos a lâmina já nos feriu...
Num quadro-negro desenhei tantas coisas...
Não sei se era amor ou era paixão o que senti
misturei todos os dois num copo e bebi num só gole
Se gostássemos de amores bem comportados
isso seria apenas um tiro que acertou por acaso
perderia toda a graça de termos um motivo de chorar
Nunca olhe para os lados com prudência
é o perigo que trouxe o tempero para usarmos
Esqueça de ter pena de grandes desastres
a solução mais indicada pode não ser nenhuma...
Aceito de bom grado todas as críticas
assim como peço que me roubem alguns beijos
A rosa-dos-ventos acabou enlouquecendo!
Recusa-se de forma veemente usar cores rosas
de hoje em diante apreciará algum psicodelismo
se este constar o novo catálogo de produtos...
Os sábios passam-se por tolos por simples opção
perderam a paciência com respostas sem perguntas
até o eremita não resistiu e acabou caindo no samba
Socorro! Ando bebendo muito e muito pouco...
Ontem mesmo não sabia de mais nada logo no começo
e mesmo assim quis continuar meu discurso solene...
Eu só me preocupo com as preocupações
e por isso acabei aprendendo muitos idiomas já mortos
poderão servir se um dia me explicar de meus erros
dois aviões é tudo que guardo em minha mala
os alquimistas estão quase chegando 
e mandam pedir desculpas pelo seu atraso programado
Na minha viola violei alguns poucos segredos fúteis
e assim vou caminhando mesmo que parado...
A única medida que conheço é a da loucura...

(Extraído do livro "Insano" de autoria de Carlinhos de Almeida).

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Alguns Poemetos Sem Nome N° 322

O amanhã é o hoje com requintes de ontem. Todo amor acaba sentindo raiva de si mesmo. Os pássaros acabam invejando as serpentes que queriam ...