Silêncio na noite...
onde estás?
talvez dormindo
talvez não
e num barulho
grande ou pequeno
assim estás
drogada perdida achada
o meu tudo
valendo nada...
Silêncio no dia...
aqui estou - morto...
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Eu sou aquele
que sobreviveu entre escombros
antes não tivesse sobrevivido...
Eu sou aquele
que enxergou a mentira de todos
antes ficasse enganado...
Eu sou aquele
que acordou todos os dias até agora
antes não tivesse acordado...
Eu sou aquele
que se levanta e vai para o caminho
antes não tivesse andado...
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Eis o tempo!
Meu cúmplice de todas as horas...
Ele me levará até onde for
e quando parar definitivamente
recontaremos todas as moedas...
O medo acaba tendo medo de mim...
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Eu queria ser um rio
apenas mais um rio desses
que caminham para o mar...
Eu queria ser um rio
que se não tem novidades
ele é a própria novidade...
Conhecer terras e terras
refletir céus e mais céus...
Sem tempo e com todo ele
Sem pena alguma
mas carregando em mim
alguma ternura possível...
E se eu secasse de vez?
Ah, aí eu viraria estrada...
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Ser ator é assim mesmo
nem sempre as palmas vêm
algumas vezes a plateia fica de pé
mas num momento após
acaba se cansando e senta
nada mais tenho à declarar
tudo não pode ser doutra forma
que o espetáculo continue...
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eu canto
porque em mim está o mundo
insisto pois o cansaço
ainda não conseguiu vencer
eu canto
porque dias idos e vindouros
é o que sempre quis e quererei
mesmo que seja em vão
eu canto
porque tenho todas as nuvens
e as farei de leitos
onde dormirão meus sonhos
eu canto...
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aquilo qu'eu queria - a felicidade
não precisaria ser dessas grandiosas
que enchem as páginas dos livros
e muitos olhos dos homens de inveja
na verdade ela não tem tamanho
seu tamanho é o coração
que assim nos determina
aquilo qu'eu não tive - o amor
ele virou-me as costas e partiu
deixando para trás a minha esperança
perdida em nuvens negras de fumaça
a mesma fumaça impessoal
que de forma lenta e cruel
ia matando a minha cidade...
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