Eis-me aqui em altos brados de silêncio, olhando para o nada em pleno nada que é que podemos chamar de vida... A chuva vai tão de repente, zombando de todas as previsões... Assim há de ser tudo o que há...
A cabeça dói com tanto tudo e com tanto nada em igual forma. Onde andará a inocência que me protegia em sua constância? Símbolos acabam morrendo também...
Um melodrama diferente todos os dias é encenado, mas a plateia sofre de grave apatia... Mãos se estendem pedindo ajuda, mas os pedestres têm muita pressa... A bola rola mesmo se o campo estiver vazio...
Nunca conheceremos a forma exata dos sons, mas mesmo assim nos ferimos com alguns deles. Haverá algum cálculo para os nossos erros? O Pomo da discórdia está lançado...
Nenhuma resposta é suficiente para certas perguntas, a dúvida continua em giros pelo ar... A caverna em que me encontro pode não ser bela e nem convidativa, mas me dá certo abrigo... Dispenso as palmas da ingratidão...
Eu percebo os detalhes de cada história, é o menino olhando formigas em marcha. O tempo ainda terá algum dó de mim? Disfarço minhas feridas com a roupa nova...
A festas agora me incomodam, não por elas, mas por mim... A alegria dos outros, mesmo sem querer, incomoda aos tristes... As sombras me assustavam, agora a situação é inversa...
O ar me falta, mesmo quando parece ser suficiente... Estarei dentro de um sonho sem perceber? Os pesadelos nem sempre são hostis conosco...
Guardo algumas cenas que são banais, isso virou mais do que uma mania... É como ler algumas lápides e fazer dos epitáfios uma interessante reportagem... De uma forma ou de outra, todas recebem sua dose maciça de esquecimento...
Quero dançar! Quero dançar! - Dizia assim um velho jogando fora suas muletas... Nossa loucura ainda nos serve para alguma coisa? A comodidade de um morrer sem dores sempre nos agrada...
Tem vários tiques, várias manias como qualquer um vivente, isso é normal em nossa anormalidade... Gostaria de dançar sob várias chuvas, mas não posso mai fazer isso... Uma certa dose de conformismo também pode ser indício de coragem...
Eu me lembro de certos dias, mas eles morreram e não ressuscitarão mais... Estarei sendo um bocado exagerado? Não sei, só queria de volta aquela ciranda infinita...
(Extraído do livro "Muitos Dias Já Passaram" de autoria de Carlinhos de Almeida).
A cabeça dói com tanto tudo e com tanto nada em igual forma. Onde andará a inocência que me protegia em sua constância? Símbolos acabam morrendo também...
Um melodrama diferente todos os dias é encenado, mas a plateia sofre de grave apatia... Mãos se estendem pedindo ajuda, mas os pedestres têm muita pressa... A bola rola mesmo se o campo estiver vazio...
Nunca conheceremos a forma exata dos sons, mas mesmo assim nos ferimos com alguns deles. Haverá algum cálculo para os nossos erros? O Pomo da discórdia está lançado...
Nenhuma resposta é suficiente para certas perguntas, a dúvida continua em giros pelo ar... A caverna em que me encontro pode não ser bela e nem convidativa, mas me dá certo abrigo... Dispenso as palmas da ingratidão...
Eu percebo os detalhes de cada história, é o menino olhando formigas em marcha. O tempo ainda terá algum dó de mim? Disfarço minhas feridas com a roupa nova...
A festas agora me incomodam, não por elas, mas por mim... A alegria dos outros, mesmo sem querer, incomoda aos tristes... As sombras me assustavam, agora a situação é inversa...
O ar me falta, mesmo quando parece ser suficiente... Estarei dentro de um sonho sem perceber? Os pesadelos nem sempre são hostis conosco...
Guardo algumas cenas que são banais, isso virou mais do que uma mania... É como ler algumas lápides e fazer dos epitáfios uma interessante reportagem... De uma forma ou de outra, todas recebem sua dose maciça de esquecimento...
Quero dançar! Quero dançar! - Dizia assim um velho jogando fora suas muletas... Nossa loucura ainda nos serve para alguma coisa? A comodidade de um morrer sem dores sempre nos agrada...
Tem vários tiques, várias manias como qualquer um vivente, isso é normal em nossa anormalidade... Gostaria de dançar sob várias chuvas, mas não posso mai fazer isso... Uma certa dose de conformismo também pode ser indício de coragem...
Eu me lembro de certos dias, mas eles morreram e não ressuscitarão mais... Estarei sendo um bocado exagerado? Não sei, só queria de volta aquela ciranda infinita...
(Extraído do livro "Muitos Dias Já Passaram" de autoria de Carlinhos de Almeida).
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