Passo em meio à sujeira incontinente
Como deveria e não deveria ser
Meio bicho e também meio que gente
No difícil ofício de me esconder
Desvio-me dos eventuais escombros
De meu tempo, tentativa desastrosa
Indiferente à maldade dou de ombros
E, de certa forma, minha maldade goza
A culpa foi minha, mas não sou culpado
Contraditório é o nosso infeliz veredito
Humano sou e, humanamente errado
Vou levando em mim o dito por não dito
Até o dia que seja enfim morto e acordado
E tenha assim um sonho mais bonito
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