Rua Sete -
poderia ser qualquer um, mas era.
E as minhas noites
menos perigosas que os dias.
Acrescidas de ilusões
que não existem mais...
Alguns até morreram
e outros muitos, vivos estão.
Ninguém é mais o mesmo
e quando muito um arremedo
sem qualquer explicação.
Oremos todos.
Toda novidade agora é obsoleta
e nada mais nos assusta.
Marimba dispensa as ruas,
mas há grandes ondas
e alguns telhados também...
Um susto e outro e outro
e amores indeterminados
como lâminas de faca
que acabaram não ferindo.
Eu escuto um rock solenemente
mas nem por isso
ao alcance de minhas mãos.
Tudo muito engraçado
mesmo os lutos mais desesperados
que surgiam em bando.
Um tiro ou dois acabam com ilusões
e nada mais que isso.
A vida segue sem nada à declarar
e mesmo que engulamos o veneno
o favor nos foi negado.
Eu guardarei meus crimes num baú
até que cheguem o final dos tempos.
Tudo tem seu lado engraçado
mesmo que os sábios de plantão desconheçam.
Todas as cartas acabaram caindo
e pouco ou quase nada restou...
Rua Sete -
guardem o que tem de ser guardado
para um outro possível carnaval.
Eu ainda espero tsunami e muitas flores...
(Extraído do livro "Muitos Dias Já Passaram" de autoria de Carlinhos de Almeida).
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