terça-feira, 29 de janeiro de 2019

Poetas?

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Poetas? São o que são!
Prenhes de sonhos, loucos de emoção!

E assim vamos andando
Sem nenhuma distância percorrer,
Vamos rindo e vamos chorando
Sem ao menos poder escolher...

Poetas? Somos todos nós!
O choro nos pés, os olhos são nossa voz!

E assim vamos andando
Por muitos lugares que nunca vimos,
Não sabemos se a morte chega quando
Mas preparados estamos e partimos...

Poetas? São o que são!
Na boca a magia, na alma a aflição!

E assim vamos andando
E nada mais temos à declarar,
Muitos dias nos foram levando
E como barcos chegaremos ao mar...

Poetas? Somos todos nós!
A poeira nas mãos, um tempo tão veloz...

Marimba & Outros Tantos

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Rua Sete -
poderia ser qualquer um, mas era.
E as minhas noites
menos perigosas que os dias.
Acrescidas de ilusões
que não existem mais...
Alguns até morreram
e outros muitos, vivos estão.
Ninguém é mais o mesmo
e quando muito um arremedo
sem qualquer explicação.
Oremos todos.
Toda novidade agora é obsoleta
e nada mais nos assusta.
Marimba dispensa as ruas,
mas há grandes ondas
e alguns telhados também...
Um susto e outro e outro
e amores indeterminados
como lâminas de faca 
que acabaram não ferindo.
Eu escuto um rock solenemente
mas nem por isso
ao alcance de minhas mãos.
Tudo muito engraçado
mesmo os lutos mais desesperados
que surgiam em bando.
Um tiro ou dois acabam com ilusões
e nada mais que isso.
A vida segue sem nada à declarar
e mesmo que engulamos o veneno
o favor nos foi negado.
Eu guardarei meus crimes num baú
até que cheguem o final dos tempos.
Tudo tem seu lado engraçado
mesmo que os sábios de plantão desconheçam.
Todas as cartas acabaram caindo
e pouco ou quase nada restou...
Rua Sete -
guardem o que tem de ser guardado
para um outro possível carnaval.
Eu ainda espero tsunami e muitas flores...


(Extraído do livro "Muitos Dias Já Passaram" de autoria de Carlinhos de Almeida).

segunda-feira, 28 de janeiro de 2019

Viva Flor Já Morta

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Viva flor que me cega
não se entrega
que me nega
os carinhos que queria
faz da noite o meu dia

E assim ando tateando
vou chorando
e vai comemorando
a vida que se fez morte
já acabou a minha sorte

Viva flor que deixa surdo
é um absurdo
esqueci de tudo
esqueci até quem eu sou
aquele sonho não mais voou

E assim ando embriagado
é certo e errado
nem olho pro lado
eu bem queria outra canção
com mais sim com menos não

Viva flor dessa esquina
não é mais a menina
se cumpra a sua sina
ser de todos e não de alguém
só faz o mal não faz o bem

Viva flor já morta antecipadamente...

Eu Sou O Primeiro Que Acorda

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Eu sou o primeiro que acorda
esperando engolir as manhãs
com o meu copo de angústia
que transborda do meu peito...

Não houve sono suficiente
para toda a noite passada
meus pesadelos foram embora
correndo atrás de meus sonhos...

Cor indeterminada deste céu
não sei se treva, não sei se luz
cada dia é uma mistura insana
de coisas boas e coisas ruins...

Espero ansioso a mesma cantoria
um dia podia entender a letra
do que cantavam os passarinhos
hoje acho que o espelho já me matou...

Como demora cada instante
em sua rapidez paradoxal
como as marés que calmas estão
mas que podem mesmo assim matar...

Não sei se fui o primeiro à dormir
espero ansioso ganhar alguma cor
tento ser amigo deste sol indiferente
que invade as janelas sem nada dizer...

sábado, 26 de janeiro de 2019

Tudo Parece Normal

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Tudo parece normal...
a novalgina e o gadernal
nossa rotina e o carnaval
em cada esquina há o seu mal...

Engano ledo engano
pois entra ano e sai ano
e apenas envelhecemos
aos poucos todos morremos...

Tudo parece normal...
o que eu quero e o que faz mal
o sol que espero e o temporal
chega de lero conversa e tal...

Quando a máscara cair
e a esperança assim insistir
os vilões no banco dos réus
não haverão mais escarcéus...

Tudo parece normal...
o tão diferente e o igual
nasceu uma semente do mal
e tão de repente sou cara-de-pau...

Engano ledo engano
sou apenas um humano
jogando a bola dividida
nesse sonho chamado vida...

sexta-feira, 25 de janeiro de 2019

Sobre Vivência

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Vamos andar na corda bamba
dançar conforme o samba
lá vem o rapa esconde a muamba

Viver é muito difícil
tem que ter sacrifício
sem morrer as esperanças
olha o leite das crianças!

Vamos andar bem de mansinho
se não der saia de fininho
pois toda rosa carrega espinho

Viver é balaio de gato
ou eu morro ou eu mato
é a lei do mais forte
mamãe senão vou pro norte!

Vamos andar conforme o esquema
tome cuidado com o poema
pra não causar algum problema

Viver é pura ciência
cuidado com a indecência
já fui camelô de trem
fui rei e também Zé Ninguém!

Vamos jogar fora essa bagana
não ande com flagrante seu bacana
assim não dura nem mais uma semana

Viver é apenas acaso
a morte que venha com atraso
os últimos serão os primeiros
bom dia atenção senhores passageiros!

(Poema dedicado ao jovem poeta Brendom Tomirote, grande conhecedor da realidade da vida dos ambulantes dos trens do Rio de Janeiro).

quarta-feira, 23 de janeiro de 2019

Nunca Esqueça

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Nunca esqueça...
que certos enigmas não foram feitos
para serem assim decifrados
e viver é o maior de todos eles...

Nunca esqueça...
que quase tudo que existe tem seu fim
e um dia os nossos próprios algozes
virarão vítimas de sua maldade...

Nunca esqueça...
que sua alma é vale mais do que seu bolso
que seu coração é que dita as regras
que a alegria não é um doce para se comer sozinho...

Nunca esqueça...
que as maiores dádivas são de graça
que o tempo é o bem mais precioso
mesmo que ele passe e seja como uma tempestade...

Nunca se esqueça...
que teus versos serão marcas invisíveis
mas que mesmo assim continuarão marcando
e como eles vencerás a própria morte...

Nunca se esqueça...
que poderás chorar o quanto quiseres
porque todos somos humanos e assim somos
mas não poderás nunca matar a esperança...

Um Soneto de Transformação

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Transformei coisa em coisa alguma
transformei em prazer minh'aflição
ah! como pesado tanto suave pluma
sem pé nem cabeça minha explicação

Galopei sobre aquela nuvem escura
pra onde fui nem fiz alguma ideia
fiz do veneno a minha própria cura
enquanto vaias surgiam da plateia

Inverti e várias vezes inverto o conceito
faço ruídos só pra poder te agradar
condeno-me e desprezo assim o direto

Transformo-me e mal nenhum assim há
enquanto pulsa um coração no peito
e mesmo sofrego ainda há um respirar...

terça-feira, 22 de janeiro de 2019

Sobre Doces e Calçada

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Até hoje só sei que não sei
parecia apenas (ouvia-se falar)
que era uma briga dessas de família
que podem durar alguns minutos 
ou ainda podem durar eternidades...
As duas moravam em casas antigas
uma bem do lado da outra
dessas que a porta dá pra calçada
e as paredes são muito altas
ainda mais prum menino que nem eu...
Tia Inês era irmã de meu vô Eusébio
que morreu uns anos antes deu chegar
só sei dele o que os outros contavam
que era barbeiro e bebia muito
e fazia a esposa chorar por seus sonetos...
Eu gostava muito das duas
elas pouco riam e de vez em quando
até riam pra mim um pouco
não sei bem se era por gosto
ou pra melhorar minha cara de triste...
Quando meu pai ia visitar vó Augusta
quase sempre via tia Inês na janela
que pedia pra esperar um pouquinho
ia direto na geladeira da sala
e escolhia um doce pra mim...
Pois eu ali menino sentado na calçada
comendo quase que feliz
um doce que nem lembro mais qual
e que representava mais um ponto
naquela batalha das boas velhinhas...
Pois o tempo foi passando e passando
nem a casas devem existir mais
as pessoas foram indo embora
minha vó e a tia do meu pai
e muita gente mais que veio depois...
Mas preste atenção meu querido leitor
nada nesse mundo morre sem deixar algo
uma lembrança seja a mais tênue que for
no caso daquela briga que havia
existem ainda os meus sorrisos pelos doces...

(Extraído do livro "Muitos Dias Já Passaram" de autoria de Carlinhos de Almeida).

domingo, 20 de janeiro de 2019

Lembre e Chore

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Faça ao menos um esforço
Procure no fundo do poço
O amor que te desamou
O passarinho que já voou
Tudo havia e não há mais
Dias de guerra e de paz
Lembre logo, não demore
Lembre e chore...

Quando o dia era amigo
Quando na noite havia abrigo
Eram tão engraçados os medos!
Qualquer coisa eram brinquedos
Qualquer hora era de cantar
Mesmo sem asas podíamos voar
Lembre logo, não se apavore
Lembre e chore...

Quando a idade não contava
A gente corria e também pulava
Pena daquele que sobreviveu
Não se sabe quando se morreu
Nem o descanso conta agora
Se dá uma vontade de ir embora
Lembre logo, não é tão hardcore
Lembre e chore...

sábado, 19 de janeiro de 2019

Toucas, Sapatinhos e Luvinhas

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Ainda me lembro de um tempo passado
quando anos parecem com séculos
em meu coração tão triste...
Com teus passos pequenas ias pelas ruas,
consumia a estrada em doce silêncio
até que chegasses em teu destino...
Algumas vezes tive o privilégio
de ver tua alegria tão ingênua
e dela participar sem saber como era tão cara...
Perdi as contas como o louco
que quer contar todas as estrelas do céu
mas tenho certeza que foram muitas...
Na tua sabedoria que não conhecia limites
escolhias a alegria de diversas cores
como o próprio Criador ao fazer o Universo...
Hoje sei, da forma mais dolorida,
que a tua sabedoria supera a de todos
e que a tua bondade desconhecia limites...
Sei também que nem todos os malvados
conseguirão destruir em momento algum
a ternura que faz a esperança reflorescer...
Nem que eu viva mais de mil anos
e tenha em mim os versos de todos os poetas
os teus gestos ainda teriam mais poesia ainda...
Deus nessa hora deveria estar sorrindo
porque teu coração cantava hinos mais bonitos
do que os que entoavam no coro dos céus...
Perdoa se não aprendi isso antes,
as tuas lições de que toda dor passa
e de que toda a tristeza acaba indo embora...
Perdoa se não correspondi aos teus anseios
e se ainda reclamo quase o tempo todo
pelas dores que eu mesmo fiz por merecer...
Eram tão bonitos teus gestos mais sinceros
quando oferecias de o presente singelo
aos que acabam de chegar para esse mundo...
Não era apenas para abrigá-los
era mais ainda para dizer-lhes
que no meio do escuro ainda existe luz...
Tenho certeza, mãe querida, que os anjos
te receberam com uma grande festa cochichando:
- É ela!  É ela! A senhora que presenteava os bebês!

(Extraído do livro "Muitos Dias Já Passaram" de autoria de Carlinhos de Almeida).

Nota explicativa: Este poema foi feito em homenagem à mãe do autor - in memorian - que por muitos anos manteve o hábito de tricotar toucas, sapatinhos e luvinhas de lã para presentear aos bebês que porventura visse em quaisquer lugares, independente de quaisquer condições. 

sexta-feira, 18 de janeiro de 2019

Nesse Poema

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Nesse poema...
falo coisas que a boca não pode dizer,
que ando triste e ando cansado,
morrendo aos poucos sem você...

É um poema feio, desajeitado,
sem métrica, tímido, nada perfeito,
feito de algum segredo mal guardado
que aos poucos enveneno o peito...

Nesse poema...
é que mostro não estar conformado
com tudo que há, tanta maldade
de mundo caindo, feio e condenado...

Quando as guerras irão parar?
E o irmão não matará mais seu irmão?
É tão difícil ter paciência e esperar
se nem de longe há uma solução...

Nesse poema...
existe a ânsia de que venho um carnaval,
aonde surja aquela tão esperada alegria,
uma alegria que eu nunca tive igual...

O carnaval feito do meu próprio ser,
que demore todo tempo que existir,
eterno, sem dor, feito apenas de você
e que eu possa pelo menos sorrir...

Nesse poema...

quinta-feira, 17 de janeiro de 2019

Eu Não Disse Que Era Poeira?

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Não que eu abomine a alegria, longe de mim tal coisa. É sempre bem vinda, mas não gosta muito de aceitar convites e sempre tem pressa de ir embora, sua escassa agenda é muito cheia.
Eu não te disse? Eu não disse que era tudo poeira? Nas ruas, nas casas, na vida, em qualquer um lugar. Entrando em nossas entranhas, em nossas feridas, até nos matar. 
Não que eu tenha o desespero nos meus bolsos, as trinta moedas que venderam o amigo. Carregamos a traição como uma marca que acaba nos aborrecendo, mas é assim mesmo.
Eu não te disse? Eu não disse que era tudo poeira? Nos móveis, nas coisas antigas e nas coisas novas, isso sem importar. Naquilo que queremos ou naquilo que queremos evitar.
Eu gostaria que a festa fosse hoje, fosse agora mesmo, o tempo todo, todo o tempo, sem um fim. Mas o ar se rarefaz, o motivo vira o rosto, a oportunidade desaparece. 
Eu não te disse? Eu não te disse que era tudo poeira? Ela levanta de todas as formas possíveis, de todas as cores existentes, tudo o que há. Uma dor, um ardor, um gosto na boca para amargar.
Um hino ecoa pelos céus, anunciando velhas coisas que a minha memória já esqueceu, não há mais o que fazer. Minha visão já turva e agora sim, somos todos velhos, não importando nossa idade. 
Eu não te disse? Eu não te disse que era tudo poeira? Pelas igrejas, pelas encruzilhadas, pelos quintais, onde todo espaço há. No meu rosto, em teu rosto, no meu e no teu verbo amar.
O consolo foi em vão, a vida caminha para a morte e um dia terão o encontro marcado, é consequência natural de uma equação feita ao acaso. Façamos um brinde sem motivo, já que só brindar nos basta.
Eu não te disse? Eu não te disse que era tudo poeira. Feche as janelas, feche as portas. não vamos nos descuidar. As flores murcharam, as folhas já caíram, as ruas vazias, só podemos chorar...

(Extraído do livro "Eu Não Disse Que Era Poeira?" de autoria de Carlinhos de Almeida).

Sobre O Seu Cadáver

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Vai, continua com suas loucuras, eu já não me importo mais. O meu tempo é pouco, muito pouco, ainda tenho que tentar alguns sonhos, e se não conseguir, pelo menos tentei, é o que mais importa.
Já viu o sol hoje? Talvez não, a madrugada comprou suas insanidades por qualquer uma moeda suja e isso lhe satisfez muito. Não a culpo, já fui amigo de muitas delas, mas foram diferentes. Vaguei por muitas ruas, sozinho e brincando de gato e rato com o perigo, mas você não. Você o convidava para dançar e ele sempre aceita o convite.
O que tem feito de bom ultimamente? Acho que continua sendo motivo de piada para os malvados e de censura para os que não conhecem sua história como eu. Nunca lhe apontei o dedo e nunca apontarei. O anjo que me conduz serenamente para algum fim, é aquele que trocou suas asas e um dia brincou comigo de sobrevoarmos perigosos abismos. Bem e mal se confundem entre sonhos e pesadelos...
Espera o que? A morte? Nisso me preocupo um pouco. Você convidou a morte, mas esquece deste convite todos os dias. Eu nunca a convidei, mas acredito em suas boas intenções e abrirei a porta na hora que ela chegar e apenas voltarei para a minha verdadeira casa.
Só peço uma coisa, somente uma. Já que meus pedidos foram todos negados, se eu não tive os carinhos que quis, os beijos que desejei, poder saber que estaria comigo o tempo quase todo que me fosse permitido, não peça que eu esteja perto, não peça que eu veja, nem pelo menos que eu saiba que seu plano deu certo.
Eu sempre gostei muito de flores, nunca neguei isto, sempre falo dela quando meus versos deixam. Mas, meu amor, não gostaria de sentir o cheiro delas, misturado com o cheiro do seu cadáver...

(Para J., extraído do livro "Eu Não Disse Que Era Poeira?" de autoria de Carlinhos de Almeida).

domingo, 13 de janeiro de 2019

Abandono

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Nunca foi
Nunca será
Eu queria muito
Em teus olhos me encontrar

E ver teu olhar tão bonito
Até dele ser dono
Pra não ter preocupações
No mais manso abandono

Nunca foi
Nunca será
Eu queria tua boca
Mesmo que fosse me matar

E nela dar mil beijos
Até acabar o mundo
Perdoa se ouso tanto
Não passo de um vagabundo

Nunca foi
Nunca será
Eu só queria
No teu colo deitar

Esquecer tudo que fiz
Esquecer o que não sei
Quer saber por que?
No teu colo dormirei

Nunca foi
Nunca será
O que me resta?
Chorar...

Momento

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Se 
Não
Se 
Morre 
De amor
Cambaleia-
-Se
Num
Misto
De 
Sensações
Em 
Cada
Momento.

O Velho Bobo - O Tempo

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O velho fantasiado com a roupa de seu tempo dizia verdades. Não verdades leves que engolimos várias vezes ao dia. As que não gostamos. As que incomodam. As que caem mal como a roupa malfeita. Como o sapato apertado. As que escondemos e rezamos para poder perder. Oremos para nossos descuidos.
Era o bobo da corte? Não há mais cortes. Somos todos bobos. E no desespero de todos os dias as novidades nos avançam. Pulam em nossos pescoços. Não nos matam porque a vida é o nosso maior castigo. Para os mortos alguma coisa. Para os que ficam a perplexidade de todas as coisas comuns. Os carros colidem sempre.
Era o palhaço no picadeiro? Não há mais picadeiros. Somos todos palhaços. E na realidade barata nossa insanidade desfila. As modelos sorriem. Faz parte de suas tarefas. Mostrar alegria onde há tristeza. Simpatia onde não há. O tesão cedeu seu lugar para a aflição. Bondade e maldade já não sabem quem é quem.
Era mais um saltimbanco? Não há mais caminhos para seguir e nem cidades para visitar. O mundo é a bola jogada no lixo que o menino não quer mais. O rio correu e assim são as lembranças que tentamos agarrar em vão. Nada acaba. Mas nossos pedaços são arrancados aos poucos.
Não há mais lógica e nem métrica à seguir. Tudo entedia. O café esfriou. O cigarro apagou. A noite desceu sobre todos. E mesmo quando o sol insiste em alguma coisa. Não adianta. A noite agora está em alta. Não apenas com seus habitantes. Mas todos nós. 
O palco agora está cheio. As luzes explodem para todos os lados. Dançarinas seminuas são os enfeites que todos querem. Não há mais nada à declarar. O velho ri da nossa cara - o tempo.  

sábado, 12 de janeiro de 2019

Sombra de Mim Mesmo

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Sombra de mim mesmo
por que passeias?
No meio desta escuridão,
perdido no meio das areias.

Eu ando, mas não sei
por quais caminhos andando
E enquanto isso o tempo
vai sem parar passando.

Sombra de mim mesmo
por que choras tanto?
Escuta essa minha canção,
seja ela o teu acalanto.

Eu paro, estou exausto
e não consigo nem respirar
E mesmo assim não paro
de ainda insistir em amar.

Sombra de mim mesmo
por que estás por aí?
No meio deste silêncio
eu quero apenas dormir...

O Cego e As Moedas

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Num  tempo que apenas guardei
ele estava lá...
Sua visão aparece nitidamente 
ante meus olhos
como se fosse ontem...
Eu era um menino
isso eu tenho certeza
e a distância de casa
até onde ia comprar pão
me parecia a eternidade.
Não vou dizer que gostava muito, 
não haviam muitas novidades pelo caminho,
quando muito algum morador
que nem mais lembro...
O pão (apesar de gostar bastante de pão)
não era dos melhores,
já estava frio no cesto,
não era daqueles bem quentes de padaria.
Mas gostava de ir sim...
O troco (umas poucas moedas)
poderiam ficar comigo,
mas nunca ficavam.
Eu ficava feliz com o que eu fazia:
- Vô, um trocadinho pro senhor...
E ele sempre respondia do mesmo jeito:
- Obrigado. Deus te abençoe...
E sorria, olhando um céu
que não podia ver com seus olhos brancos.
Uma coisa não pude entender, 
mas que hoje, mesmo assim,
posso até compreender.
Era um senhor cego, muito idoso,
que morava sozinho naquele barraco,
no meio da vegetação do quintal dos Fidélis,
um negro de carapinha branca,
fizesse frio ou calor, 
com roupas abafadas e pretas,
o dia todo sentado na esquina,
de mão estendida pedindo sua esmola.
Nunca o vi triste, 
sempre com o mesmo sorriso, 
como poucos que encontrei
em minhas muitas andanças.
Seria feliz? 
Onde estará sua alma?
Deve estar num lugar bem bonito, 
com os seus olhos agora enxergando,
brincando com alguns anjinhos peraltas
que ele deve chamar de meus netos.
Enquanto eu, aquele menino que envelheceu,
continua triste e chorando
por todas as coisas más
que acabou vendo por aí...


(Extraído do livro "Muitos Dias Já Passaram" de autoria de Carlinhos de Almeida).

sexta-feira, 11 de janeiro de 2019

Lentamente

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Lentamente
em minhas veias
como fosse um veneno
que demora em matar...

Lentamente
como um vento 
que leva folhas pra longe
sem quase notar...

Lentamente
como um rio
que tem preguiça
mas vai dar no mar...

Lentamente
como se conta estrelas
mas que se sabe
que a conta não vai terminar...

Lentamente
meu amor por você
tão terno e infinito
mas que me faz chorar...

Feira do Nada

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Quase tudo que temos, não temos
Alegrias são afastadas pra longe de nós
São vários lamentos em uma só voz
A morte vem vindo e nem percebemos

A moça bonita agora está calada
O rapaz sonhador já não tem sonhos
Agora são só pesadelos medonhos
E muito pó subindo desta estrada

Os produtos que aos gritos oferecem
São os nossos próprios medos dia a dia
A ignorância, o preconceito, a hipocrisia
E os valores morais que se apodrecem

Seja qualquer tipo de sociedade
Sua falência já vem vindo no galope
Pois é tanto golpe e tanto contra-golpe
Que não sabemos mais o que é verdade

Não se vende mais banana nessa feira
Uma nova novidade está sendo lançada
Vamos fazer compras na feira do nada
Vamos sobrevivendo à nossa maneira

(Extraída do livro "Feira Livre & Outras Feiras de autoria de Carlinhos de Almeida).

terça-feira, 8 de janeiro de 2019

Até Que Se Prove Ao Contrário

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Até que se prove ao contrário
sou apenas mais um otário
que te ama
que reclama
dessas coisas da vida
como dói a ferida
tão maldita
tão bonita

Até que se prove ao contrário
faz falta o meu numerário
pra poder fugir 
pra bem longe daqui
pra lá de Madagascar
peraí pera lá
não descanso
calma o leão é manso

Até que se prove ao contrário
ganhei no terceiro páreo
tão menina
e arlequina
não vale o que come
nem tem nome
vamos encher a cara
minha joia nada rara

Até que se prove ao contrário
sou apenas um operário
esmagado na engrenagem
vejam só sacanagem
engoliram minha poesia
quem falou quem diria
esqueça tudo isso
o sanhaço reboliço

Até que se prove ao contrário
sou apenas mais um otário
que te ama...

Xeque Mate

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Em todas as dores que minhas carnes sentiram
E em todas as velas dos barcos que partiram

Nome sempre lembrado
Meu certo errado
Nem olho pro lado

Somos loucos e nossas loucuras deliram
E até nossas flores de plástico se abriram

Meu sonho dourado
Castelo encantado
Bem morto e enterrado

Lá vêm os marimbondos que nossas mãos buliram
São como revólveres que sempre nos atiram

O enigma será decifrado
Demônio bem-comportado
A aposta o dado lançado

Talvez outras mentiras todos assim o prefiram
Pois muitos pelo caminho já o desistiram

Feito o acordo e assinado
Já é fato consumado
Quem dera ter errado

Acabou e as carpideiras não mais carpiram
E até os ídolos de pedra quase sorriram

Nome sempre lembrado
Meu certo errado
O rei está derrubado...

segunda-feira, 7 de janeiro de 2019

UrbanIdade Número 2 ou Sol Barato

Um sol barato nos alumia aqui e agora. Quase como os casos mais incríveis que os finados folhetins o podiam dizer. Está tudo acabado. Velhas coisas fazendo muita falta. Não me incomodo mais. Nem nas horas que a maior tristeza passa por aqui para dar um "oi" e ir para outras paragens. 
O lixo já faz parte de nossa paisagem. E os ares? São os mesmos em sinais de franca depressão. Realmente, meu filho, acabou tudo que termina. Eu já frequentava os salões antes mesmo deles serem construídos. Tudo agora é apenas novidades. As engrenagens enferrujam ou são os meus dedos...
Vai? Há mais drogas do que se possa pensar. Umas de tarja preta, outras proibidas e outras de franco acesso. Essas são as mais perigosas. Quando se vê, esticou o pernil. Aí só que os sinos dobrem. É Mia um romance interrompido. Puro mau gosto. Brincadeiras à parte, os coveiros precisam beber.
Ao ligarmos o aparelho, um medo nos bate. Será o tão esperado final? Até a piedade nos dá pesadelos e alguns bons homens possuem um sorriso malvado no canto da boca. A emenda não ficou pior que o soneto. Não há mais soneto algum e os poetas estão com preguiça. Nada é mais genial do que aquilo que esvazia nossos bolsos.
Não entenderam? Que bom... Assim pelo menos não lhes afligirá pensar coisa alguma. Pensar dói e como dói. Falem com os filósofos ou com os generais da banda. Uma descrença mais incrível que a outra. Os preconceitos são hábeis na arte de se travestir. Cabeças e machados são a mais perfeita combinação.
Onde tem uma fila por aí? Sinto falta do cansaço e da inutilidade dos dias. Há de tudo nos catálogos das grandes lojas de departamento. O menino bonito aponta a pistola em direção à sua própria cabeça e atira. Mesmo que sobreviva, agora a morte possui alguns novos truques em sua cartola. Viver morto é pior ainda...
Acabei de fazer meu testamento. Deixo meus versos tortos para quem os desejar. Com uma única condição: nunca mais chore em público. A piedade anda fora de moda. Minhas paixões podem ficar com quem está cansado demais de rir sem motivo algum. Muitos agora só conseguem rir desta maneira. Os amores, não posso deixar com ninguém, me desculpe. Esses entranharam na minha alma antiquada e descerão ao túmulo comigo...
Um sol barato nos alumia aqui e agora. Eu até gostaria de fugir de sua presença. Mas me apaixono rápido demais, até das coisas feias que andam por aí...

Tola Ciência

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Riu da piada que não entendeu
Curtiu a música que não escutou
Não sabe ler o que ele escreveu
Nunca amou aquela que amou

Assim é o tolo e assim o será
Quem de sua tolice pode duvidar?...

Andou por caminhos que desconhece
Caiu em suas próprias armadilhas
Ofendeu a divindade com sua prece
Seus atalhos aumentam em milhas

Assim é o tolo e assim o será
Mesmo sem cair há de se machucar...

Deu opinião naquilo que não entende
É escravo de suas próprias ilusões
As lições da vida nunca ele aprende
Teve medo das próprias conspirações

Assim é o tolo e assim o será
Com seu final triste de se observar...

Comeu aquilo que lhe envenena
Se intoxicou e nem se respeita
Só teve piedade para fazer cena
A morte vem sem deixar suspeita

Assim é o tolo e assim o será
Sua presença dá mau cheiro ao ar...

Concordou com o que se concorda
Verdade ou mentira isso pouco importa
Vai ser enforcado e fabricou a corda
É imortal e tem apenas a alma morta

Assim é o tolo e assim o será
Grandes tolices é o que pode executar...

domingo, 6 de janeiro de 2019

Poema do Talvez

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Talvez no meio desse lixo
eu encontre uma flor
ou no meio do desespero
eu encontre um amor

No meio dessa angústia
a esperança renasça
e como num milagre
o milagre assim se faça

Talvez no meio desse choro
o riso então apareça
e no meio de tantos pesadelos
meu sonho enfim cresça

No meio dessa mentira
a verdade dê seu grito
e no meio dos escombros
um algo bem mais bonito

Talvez no meio dos metais
eu encontre um coração
e para todos meus pecados
surja do nada a compaixão

No meio do que foi embora
um algo que não se perdeu
e no meio da multidão
ainda lá estarei eu...

UrbanIdade Número 1 ou Triste Passeio

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Passo em meio à sujeira incontinente
Como deveria e não deveria ser
Meio bicho e também meio que gente
No difícil ofício de me esconder

Desvio-me dos eventuais escombros
De meu tempo, tentativa desastrosa
Indiferente à maldade dou de ombros
E, de certa forma, minha maldade goza

A culpa foi minha, mas não sou culpado
Contraditório é o nosso infeliz veredito
Humano sou e, humanamente errado

Vou levando em mim o dito por não dito
Até o dia que seja enfim morto e acordado
E tenha assim um sonho mais bonito

sábado, 5 de janeiro de 2019

A Tempestade

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Não era noite. Se fosse, talvez isso valesse de explicação para o céu que agora entristecia como o semblante de um viúvo que maldiz a morte que ainda não lhe chegou. Sim, muitas vezes o pesadelo alheio pode ser nosso sonho...
Nem tão-pouco madrugada. Antes fosse, com sua chuva de tantas estrelas, com seu festival de luzes todas acesas e tantos bichos que enfeitam tudo com seu mistério e seu mais discreto silêncio. Não posso negar, não teria medo se o sono comigo estivesse...
Também tarde não era. As tardes tem um quê de muita saudade, como nos tempos passados quando o carro antigo e negro rodava por também antigas ruas. Eu gostava de ver as gotas que escorriam no vidro em dias quase feios e a zanga do mar em outros tantos. Minh'alma morreu e eu nem vi?
Era manhã e quando vi já havia acontecido. Como um quadro surreal o tempo fechou suas portas e a esperança fechou suas janelas. O vento rodopiou em várias pragas proferidas ao acaso, antigos sortilégios renasceram de seus jazigos  O menino estarrecido abriu seus olhos e cerrou as mãos. As nuvens escuras são nossos inimigos...
Qual uma banda mal ensaiada, trovões reclamavam da vida e coriscos exibiam seus flautins reluzentes. Que comece o espetáculo, assim deve ser, assim o será. Que as folhas mortas ressuscitem em sua triste dança, o cheiro de terra alcance nossas narinas, que os pequenos calhaus sigam seu caminho desnorteados... 
A tempestade está assim formada. Não há como evitar, não há como fugir. Com ela as tristezas virão em bando, com ela a esperança há de uma hora partir. Não tenham medo, eu já o tive um dia e agora sei que isso de pouco ou nada adianta. Olhemos o abismo com certa coragem, mesmo que a coragem não seja a nossa. 
Eis a tempestade! Não mais lá fora, mas aqui dentro de mim...

Feridos

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Feridos são
feridos vão
esta é apenas mais uma jornada
em meio à turba para o nada
quando choramos na madrugada
Feridos tão
feridos não
tudo é apenas ilusão até a dor
o amor vai brincando com o desamor
cada um com seu destino qual for
Feridos cão
feridos dão
piores notícias estão fora dos jornais
um dia tremi de medo hoje não mais
até os enterros vão virando festivais
Feridos pão
Feridos grão
a droga é em natura ou é sintética
eu vivo andando e cagando pra ética
nem tenho culpa se a culpa é da genética
Feridos mão
feridos estão
não conheço o que deveria conhecer
o mais difícil na vida é ter o que comer
é a mesma história de ser ou não ser
Feridos são
feridos vão...

Instante

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Passado presente futuro
apenas um instante
aqui e além do muro
fica e segue adiante

Tão só tão nada junto
em alguma coisa pensando
insista mude de assunto
desista e saia procurando

Feliz ou então infeliz
seguro ou quase caindo
enlouquecendo por um triz
sob a terra ou subindo

Pela espada ou pela paz
vestido ou só pelado
na frente ou lá atrás
certo e completo errado

Só frio ou mais ardente
no enterro ou na festa
eu estava são ou doente
tudo é bom e nada presta

Passado presente futuro
odiei e fui teu amante
vamos enxergando no escuro
tudo muda num só instante...

Primavera da Morte

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Insistentemente o que nos espera vem ao nosso encontro. Por agora, me sinto sem palavras para dizer coisa alguma. Eu sou o pássaro que nasceu sem asas e muitas penas. Não espere depois de minhas muitas reticências coisa alguma. Não é nenhuma tempestade, é a chuva que não quer parar. Já tentei em vão, escutar grandes conselhos e pequenos detalhes mais importantes, mas esta minha vista não ajuda.
Como está abafado aqui! Mesmo que o peito seja mais uma pátria gelada, cheia de cores agora esmaecidas, quando contente, acabo encontrando um motivo para ser mais um triste. Não nego o sol, impossível fazê-lo, mas é que dói demais e, de vez em quando, até sangra e isso é deveras preocupante.
Quantas flores serão necessárias? Sinceramente, não sei. O menino ainda as vende e seu semblante brilha com cada moeda em seu bolso. Pois assim, tudo se transforma, até a tristeza se transforma em pão e a madeira ainda arderá em bonitas chamas. Todo sacrifício nada mais é do que um sacrifício. Assim mesmo não entendemos todos os símbolos de nosso dever de casa.
Acabo conhecendo todas as minhas paredes de cor e, mesmo quando, isso não é motivo de orgulho, acho que fiz o que deveria ter feito. Acabei de rasgar minhas pobres vestes e as transformei em uma fantasia para muitos e muitos carnavais. Eu dei um murro na cara do desespero e o mandei embora.
Um dia meus poemas não serão mais motivo de riso, eu estava certo em minha seriedade, mesmo quando esta surgiu em meio á piada do ano. Estava certo em cantar nos momentos mais impróprios, isto porque a canção veio sem avisar. Tudo no mundo é ternura e compaixão, mesmo quando não o é, deveria ser. As guerras, as maldades, a cobiça, a inveja, enfim, tudo que nos aflige acabará em seu dia mais certo.
Deem um doce para o menino, mesmo que ele não o coma mais. Não quebre seu brinquedo, é como a estrela que ele possui lá no céu. Cuidado ao encher o seu cálice, ele o beberá até não poder mais. Epitáfios podem ser belas histórias, tristes, eu bem o sei, mas mesmo assim, belas.
Seu engano, ó meu amor, foi olhar com seus olhos, não usar as minhas embaçadas lentes. Não foi o tempo que as embaçaram, nem tampouco foi a poeira que nelas se acumularam, foi a minha paixão transformada em água, foi um rio que nasceu em meu rosto e desaguou no chão. Foi quando abaixei a cabeça com medo do caminho e, ainda não sabia que mão deveria temê-lo porque o caminho era meu.
Eu inventei novas regras. E daí? Sou o meu próprio mestre mesmo enquanto aprendiz. Eu mesmo desenho estas minhas loucuras, isso me satisfaz. Eu sou o caçador e a noite acaba me caçando. Minha inocência ressurgiu e agora não quer mais ir embora. 
Seu engano, ó meu amor, foi pensar que mataria em plena primavera, eu morro desde que nasci...

sexta-feira, 4 de janeiro de 2019

O Fim Não É

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O fim não é o fim
quando muito o começo
Não morremos
apenas mudamos de endereço

O amor sempre subsiste 
nunca morre a esperança
E mesmo as estrelas
Nossa mão um dia alcança

O mar sempre ondeia
o rio vai na sua direção
E se a respiração pára 
isso não é a extinção

Mesmo com o vento gelado
e com a noite caindo
o nosso choro não impede
que continuemos dormindo

O fim não é o fim
quando muito o começo
Mesmo você indo embora
vai continuar meu apreço...

quinta-feira, 3 de janeiro de 2019

Sangue Demais Em Meus Olhos

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Sangue demais em minhas veias
sangue demais em meus olhos
andando demais nestas ruas por aí...

Onde darão meus passos?
Sinceramente, nem mesmo eu sei...
Doem-me os pés e as mãos os seguem...

Foi bem noutro dia desses
que a esperança esbarrava comigo
mas até esquinas alegres nos faltam...

Pequenas aranhas constroem suas teias
elas conseguem ser bem menos
dos que agora crescem em meu coração...

Não sinto raiva e nem medo e nem remorso
tudo acabou como deveria ser ou não
mas todas as nossas sentenças foram assinadas...

Olho fixa e tristemente o espelho embaçado
não sei por quem, pode ser por lágrimas
aquelas mesmas que não sei por carinho...

Façam o favor, abaixe esse som aí
não quero bagunçar mais o seu coreto
mas todo lado acaba tendo outro lado...

Sangue demais em minhas veias
sangue demais em meus olhos
até o dia em que não possa andar mais...

Alguns Poemetos Sem Nome N° 322

O amanhã é o hoje com requintes de ontem. Todo amor acaba sentindo raiva de si mesmo. Os pássaros acabam invejando as serpentes que queriam ...