Os loucos bailam à baila na rua
Qual é a tua? Qual é a tua?
E falam palavras incompreensíveis
Mas as mais sensíveis as mais sensíveis
Não quero mira e nem mais flores
Multiplicam-se incontáveis ardores
E a calçada não é mais a mais fria
A cela acabou ficando apenas vadia
Embaralhou-se todo o meu baralho
E carece que não dê mais trabalho
Nem mesmo saberei mais o é pensar
E estou apenas no meu meu delirar
Antes antes antes de qualquer ante
Em outra encarnação fui bandeirante
E de noite qualquer rua é assombrada
Desliguem esse som chega de balada
Raspei a cabeça mas não fiz santo
Os meus xingamentos todos em esperanto
Chovem e chovem mais estrelas!
Que até o cego agora pode vê-las!
Assim como o surdo escuta sussurros mil
Engraçado que é sério e ninguém nunca viu
E aquela cantora que um dia já foi famosa
Viva a rosa que não mais existe na rosa!
Sequestrei todas as rimas e não vou devolvê-las
Chovem e chovem mais estrelas!
Com qualquer pedaço de pão faço carnaval
O prato do dia é gardernal! É o gadernal!
In vino veritas! Este é aquele o meu latim
Me dá um cigarro aí ai pobre de mim
O maior dos poemas escrito somete em braile
A mente se esqueceu de qualquer um detalhe
Chovem e chovem mais estrelas!
Até eu que não existo ainda posso vê-las!
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