quarta-feira, 16 de setembro de 2015

Insaneana Brasileira Número 82 - Sandice por Sandice

Sandice por sandice eu quero todos. Este gosto é particularmente travoso e entorpece os dentes que me restaram. É um luxo só. Dizeres antigos enterrados e bem enterrados como só eles puderam ser. Agora sim. A modernidade nos pregou em solenes paredes para nunca mais sairmos de lá. Ora bolas. Ora essa. Morremos atrasados e isso basta por enquanto. Eu quero todas as bandeiras hasteadas nos varais lá nos fundos do meu quintal. Meu quintal não. Meus quintais. Como a melhor coisa do mundo inteiro. Me façam dengos. Eu quase que morro em cada respiração ofegante que teimo em ter. Eu te adoro e nem ao menos sei quem és. Eu te venero como por quem rezei em dias que já me esqueci. Verás então as sombras do medo em uma dança digna de desenho animado. Quem bate em tão altas horas? Sou eu. O frio da nova ideia que acabou de chegar. Por que ris? Porque a piada acabou de ser contada . E rimos mesmo que seja por puro compromisso. Por que choras? Porque a bula recomenda medidas quase que extremas. E a maioria dos olhos possuem rios e rios. A toda nudez é minha. E eu não abro mão das minhas boas maldades. Quero que quero e quero ainda bem mais. Com todos os superlativos que um almanaque velho pode proporcionar. Dores e dores com todos os apetrechos possíveis. Como numa cirurgia em que o instrumentador acaba de chegar de porre. Toque um samba aí. Qualquer um serve. Mesmo que faltem letras pra todas as palavras. Eu sou o xis da questão. E o ipsilone se houver algum espaço. O quartinho está ocupado. E só sobrou a vaga na garagem. Mas não importa. As luzes de todas as varandas conspiram pelo menos pra algum alheio consolo. Pode parecer que sim e pode parecer que não tudo ao mesmo tempo. Tido e mantido por cravos que nem os da cruz. Eu sou o vento, E vou até devagar quando eu quero. Uma nova bala foi lançada no mercado. E vários doces que fazem cumplicidade. Viva o rei! Viva o frei! Eu não sei. E nem sinto tanto a agulha invadindo a veia e queimando tanto que mais. Estou rindo fazem várias horas e ainda quero mais. Sandice por sandice eu quero todos. Este gosto é particularmente travoso e entorpece os dentes que me restaram. É um luxo só...

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Alguns Poemetos Sem Nome N° 322

O amanhã é o hoje com requintes de ontem. Todo amor acaba sentindo raiva de si mesmo. Os pássaros acabam invejando as serpentes que queriam ...