Inútil sol que tenta nos acordar
na verdade sonhamos que sonhamos
sem saber na verdade onde estamos
se somos pedras ou nuvens à flutuar...
Inútil vento que vem cantando
que canta as coisas que eu queria
o que agora fere e não feriu um dia
e eu nem sabia que estava amando...
Inútil água desse verde mar
que tenta me falar nesse vai-e-vem
não estou mal e tampouco bem
viver pode ser igual à se matar...
Inútil nuvem que no alto desenha
dispenso desenhos, não quero mais ver
aprendi que viver é o mesmo que sofrer
que todo o esquecimento que logo venha...
Inútil sol, inúteis coisas, todas elas
deixe-me sossegado num canto deitar,
não sei quando o fim vai vir começar,
já fechei a porta, mas abri as janelas...
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