sábado, 24 de fevereiro de 2018

Meu Querido Money

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Meu querido money:
Impulsionador de guerras e discórdias, que faz do homem um predador sanguinolento e mesquinho, que faz que o irmão desconheça o outro, pesadelo dos que não possuem nada, choro das crianças que suplicam por pão...
Meu querido money:
Que derruba castelos sólidos, que desfaz as mais firmes ilusões, devorador contumaz de sonhos, aquele que esvazia as almas e faz que os dias escureçam de repente sem explicação alguma...
Meu querido money:
Que invade os lares sem licença alguma, derruba os móveis, destrói toda e qualquer paz e depois vai embora como se nada acontecesse, herança de Caim, olhos dos mais insanos e bárbaros governantes de nosso pequeno mundo...
Meu querido money:
Tu que fazes do rapaz um desiludido das coisas mais importantes que um ser humano pode ter, que tiras o frescor e o encanto da jovem transformando-a em apenas mais uma, que destróis os jardins, matas as flores e alcança até as estrelas tirando todo e qualquer brilho delas...
Meu querido money:
Desilusão do velho, destruição do moço, tu que usas as fantasias mais absurdas possíveis e possuis mais máscaras que todos os foliões dos carnavais de Veneza, em todas as épocas de uma vez só...
Meu querido money:
Quimera que não faz pergunta alguma, destituída de toda e qualquer lógica, devorador de talentos, fomentador de toda a imbecilidade que alguém pode conceber em seu pior desvario...
Meu querido money:
Tu que gosta de brincar com os marionetes que somos, que dá todas as cartas porque inventaste o próprio jogo e suas regras mais que desleais, vilão de um drama que se repete sem quaisquer finais felizes...
Meu querido money:
Na verdade não és sequer um dos sete pecados capitais, até eles estão sob tuas ordens, são mais inocentes do que tua pessoa, grande gerador de incoerência, pai gentil de todas as atrocidades cometidas durante a história...
Meu querido money:
Tu que escolhes o que comemos, o que vestimos, se podemos dormir ou não, quando amamos e se nosso gozo pode valer apenas ou se será apenas uma tarefa à realizar, dono das palavras que apenas saem de nossa boca sem ter vindo de coração algum...
Meu querido money:
Queria eu fugir do teu espectro aterrorizante, escapar de escutar tua voz arrogante e desagradável, ir para o monte mais alto ou para o abismo mais profundo tentando não te encontrar, mas segues pela noite dos dias como um cão feroz e cujo o faro é o melhor de todos...
Meu querido money:
Quisera eu te dominar pelo menos um instante, subir em teu dorso como o cavaleiro que doma um cavalo xucro e raivoso, te espalhar como quem joga flores pelo caminho, sabendo que os meus sonhos e meus versos valem mais...
Meu querido money:
A nossa luta é apenas uma competição desigual, porque, meu querido além de todas estas atrocidades que fazes, também fazes o oposto de tudo isso, tuas maldições e tuas bençãos andam lado a lado, num estranho e interminável caleidoscópio chamado vida e, assim tem que ser e assim o será, pagando a madeira e os pregos para construir meu último barco...
Meu querido money...

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