Sangram pés. Porque o caminho é indiferente aos sons da tristeza e da desesperança. Ele os escuta e quase se deleita. Sangram pés. Porque assim o querem ou um vento mais forte fez como fazem os rios. Sangram pés. E a roda de muitos ou poucos dias e noites não cessará jamais. O manual de instruções é milimetricamente calculado. Sangram pés. E as nossas via-crucis não irão dar em redenção alguma. O terceiro dia veio depois do segundo e antes do quarto. Sangram pés. E meus olhos atentos têm visto muitas loucuras mais sãs por aí. Há mais virtudes em certos pecados do que na beatitude dos covardes. Sangram pés. E as feiticeiras sorriem enquanto executam seus noturnos vôos. Há surpresas em seus novos sabás e o Todo-Poderoso veio dar uma voltinha. Sangram pés. E as minhas besteiras acabam tendo algum bom senso. Não porque escolhi as palavras e sim porque fui escolhido por elas. Fui o último da fila. Acabam faltando a minha dose de vacina para me imunizar dos sonhos. Sangram pés. E o relógio escapa do pulso e acaba caindo na areia movediça. Eu sou o próprio movimento mesmo enquanto parado. E o capítulo da novela que foi cortado. Sangram pés. Não olhe diretamente para o meu rosto. Nos meus olhos podem conter duas coisas: o meu amor e a tua ingratidão. Mesmo os vilões mais malvados às vezes escondidos choram. Sangram pés. E muitas vezes faltou sorte aos pés de coelho. Os tratores passam por cima dos trevos de quatro folhas. E acabam faltando pétalas nos mal-me-queres para que se decifre algum enigma. Sangram pés. Não temos culpa se os bordados falharam. E se algumas minúcias foram até esquecidas. Esquecer pode ser até bom quando se bebe demais. Vamos batucar nas mesas aqueles sambas sem carnavais. Sangram pés. E nem o doutor poderá nos socorrer. Hoje é o dia mais importante para esquecermos o dia de ontem. A memória nunca foi nosso forte. Sangram pés. E estão faltando alguns degraus na escada de Jacó. Só iremos pular amarelinha se nos derem aquelas nossas asas. É tempo de nossas brincadeiras. Sangram pés e sangram muito. Nossos pés...
Perdido como hão de ser os pássaros na noite, eternos incógnitas... Quem sou eu? Eu sou aquele que te espreita em cada passo, em cada esquina, em cada lance, com olhos cheios de aflição... Não que eu não ria, rio e muito dos homens e suas fraquezas, suas desilusões contadas uma à uma... Leia-me e se conforma, sou a poesia...
quinta-feira, 1 de fevereiro de 2018
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Nai Teirra du Naida, Nu Dia du Impossive
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