quarta-feira, 21 de fevereiro de 2018

Considerações Perante a Pálida Face da Morte


Resultado de imagem para menino num caixão
Morrer sem sabe saber se mais novo ou mais velho
Porque os imbecis não aparentam ter alguma idade
Era um dia desses um dia comum um dia qualquer
Porque qualquer dia é o último na verdade

Nasceu sem ao menos ter noção de estar vivo
Morreu sem também qualquer uma noção de morrer
Assim todos nos haveremos de um dia de descansar
Porque a única coisa que conhecemos é o sofrer

Ele mal podia dormir e não podia comer sozinho
E comia tudo aquilo que por acaso de lhe davam
E se chorava por alguma coisa parecida com saudade
Seus companheiros de destino pouco se importavam

Lembra daquele bicho de pelúcia meio sujo e resgado?
Deviam tê-lo colocado pelo menos em seu caixão...
Ele era tão querido e não saía de seus braços
E  agora é apenas uma coisa caída no sujo chão

Dizem que vai ser enterrado no cemitério da cidade
Se existirem parentes alguns parentes sentirão alívio decerto
Mas pelo menos um que sou eu menos indiferente
Sentirei saudades de sua presença aqui por perto

Os que choram choram e é o tempo todo chorando
E há ainda aqueles que nem podem chorar
E se alguma coisa que falam que não é memória
Se há alguma coisa que é céu ele deve lá estar... 

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Insalubre (Miniconto)

Insalubre era a casa dela (se é que podia ser chamada de sua ou ser chamada de casa). Qualquer favela tem coisa bem melhor. Sem porta, sem j...