Morrer
sem sabe saber se mais novo ou mais velho
Porque
os imbecis não aparentam ter alguma idade
Era
um dia desses um dia comum um dia qualquer
Porque
qualquer dia é o último na verdade
Nasceu
sem ao menos ter noção de estar vivo
Morreu
sem também qualquer uma noção de morrer
Assim
todos nos haveremos de um dia de descansar
Porque
a única coisa que conhecemos é o sofrer
Ele
mal podia dormir e não podia comer sozinho
E
comia tudo aquilo que por acaso de lhe davam
E
se chorava por alguma coisa parecida com saudade
Seus
companheiros de destino pouco se importavam
Lembra
daquele bicho de pelúcia meio sujo e resgado?
Deviam
tê-lo colocado pelo menos em seu caixão...
Ele
era tão querido e não saía de seus braços
E agora é apenas uma coisa caída no sujo chão
Dizem
que vai ser enterrado no cemitério da cidade
Se
existirem parentes alguns parentes sentirão alívio decerto
Mas
pelo menos um que sou eu menos indiferente
Sentirei
saudades de sua presença aqui por perto
Os
que choram choram e é o tempo todo chorando
E
há ainda aqueles que nem podem chorar
E
se alguma coisa que falam que não é memória
Se
há alguma coisa que é céu ele deve lá estar...
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