Nada à declarar, my dear,
Perdi todos os meus sentidos duma vez,
Tateando por mais estreitos labirintos vou,
No mais mortal dos silêncios humanamente possível...
Nada à declarar, my dear,
Acho que tem um cruel mundo lá fora,
Mas eu mesmo não posso dar a exata possibilidade,
Eu me tranquei no meu sonho como uma casa fechada...
Nada à declarar, my dear,
Quantos erros fiz pra poder acertar,
Quantos riscos por amores impossíveis e baratos,
Quantas sedes que ainda continuam torturando a alma...
Nada à declarar, my dear,
Todos os dias andam direto pro carnaval,
Toda a fantasia nova é igualzinha à do ano passado,
Todo riso não vem se não for causado por alheio choro...
Nada à declarar, my dear,
Os automóveis andam sempre apressados,
A poeira das ruas dançam loucamente zombando de nós,
Somos sempre palhaços mesmo desconhecendo o picadeiro...
Nada à declarar, my dear,
Talvez um dia tudo isso tenha seu fim,
Eu veja um lado bom pra todo esse meu choro,
Rindo então de tristezas que acabaram sendo só piadas...
Nada à declarar, my dear,
Me mande notícias suas, baby...