Somos caros cidadães indistintos
Amarelos azuis brancos retintos
Vivemos de ilusões nunca vistas
De novas idéias em velhas revistas
De fomes um tanto atormentadoras
São os doutores e são as doutoras
Vamos vivendo de janeiro à janeiro
Dentro deste nosso mesmo formigueiro!
Somos a base de uma moral sem moral
Onde as guerras acabam em carnaval
Onde há nos sinais mãos estendidas
Onde tudo vale menos as nossas vidas
Viver é o mais prático dos sacrifícios
Nossas virtudes são nossos vícios
Vendidos enfim por trinta dinheiros
Dentro deste nosso mesmo formigueiro!
Somos os espectadores estranhos no ninho
Onde estar na multidão é estar sozinho
Onde cada brincadeira pode ser perigosa
E o Diabo já fez sua opção pela cor de rosa
E cada um pode esquecer qual é a sua
Há um perigo novo esperando em cada rua
Vamos morrendo de janeiro em janeiro
Dentro deste nosso mesmo formigueiro!!!
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