Não são mais estrelas num qualquer céu
São apenas versos dispersos sob um véu
Não são lembranças ternas e eternas por aí
São às vezes sonhos que eu não vivi
É tudo estranho e às vezes tudo confuso
Como a mente estando tipo em parafuso
Eu vi teu rosto mesmo quando não vi
Tipo uma febre amarela que não senti
E eu estava sem relógio pra contar o dia
E eram vinte e quatro dores numa agonia
Eu engoli tanta coisa certamente engoli
Eram gostos amargos que eu não escolhi
Por trás de todo vidro o menino olhava
Janela e olhos e tudo enfim desabava
Não há salvação nem daqui nem dali
E a foto antiga na parede ainda me ri
Não é mais voo e sim a queda da ave
Era um gol garantido que bateu na trave
Não são mais estrelas num qualquer céu
São apenas versos dispersos sob um véu
Não são lembranças ternas e eternas por aí
São às vezes sonhos que eu não vivi...
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