terça-feira, 14 de maio de 2013

Talvez Cinzas, Nem Sei

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Cinzas na fogueira da noite passada
Cicatrizes na alma que foi violada
Anseios que nem chegaram ao papel
Tivemos tudo menos algum céu
Cavaleiros andantes sem ter figura
Passos incertos na noite escura
É tanta coisa que eu nem me lembro
As portas fechadas do meu dezembro
Carros que não vão mais à passeio
A dor que não sabemos de onde veio
Façamos tudo menos chorar
Não há mais música para dançar
Eu me pergunto sem ter porquê
E em silêncio chamo você
Aquele espelho já se quebrou
Eu já vou indo nem sei quem sou
Tudo é óbvio menos a vida
Nada é certo só a nossa despedida
Não espere nada deste cinema
O que nos resta é só poema
O que nos falta é tão pouco
Mas se eu digo me chamam de louco
Falta jogar todos os anéis fora
Antes que a alma já vá embora
Falta rir do que é mais sério
Falta ver que não há mistério
Não falta dinheiro não falta
É só ilusão de uma febre alta
Não falta poder pois já temos
É que antes da briga nos rendemos
Eu não sou o arco eu sou a seta
Não sou o projeto sou a meta
Eu não sou a ordem sou o desmando
Não dou adeus mas até quando
Não sou alegre mas já sei rir
Não sei voar mas já sei cair
E se o discurso ficou mudo
Seja bonzinho e coma tudo
Já me espera um outro carnaval
E pra quem fica boa noite e tchau!

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