segunda-feira, 6 de maio de 2013

Canção Feita de Retalhos de Sinceridade


Água na concha das mãos de um menino
Na beira calma de um riacho
Flores bem pequenas espalhadas pelo campo
A tristeza se acabando num sorriso
Um beijo sincero em minhas faces
Se não há sol a chuva vem de mansinho ou não
O mar balança eternamente contando coisas
Um zumbido de abelhas é escutado longe
E os pássaros teimando em pintar o dia
É cedo para sofrer de novo e hora de amar
As coisas que não vi guardo com mais carinho
E os fantasmas já foram para outras paragens
O orvalho em pequenas teias agora descansa
E eu continuo escolhendo frases mais bonitas
Pra poder te falar um dia quem sabe
O frio nos pés não os entristece como antes
E no fim de cada caminho um novo nasce
Eu não fiz as estrelas mas tenho todas elas
E fiéis vêm todas as noites ver seu dono
Não se preocupe pois sempre estarei bem
O tempo mau agora é meu amigo
Acabou meu tempo pra discursos mais longos
Jogos de futebol de rua são mais importantes
Eu tirei os sapatos não repare
E joguei a gravata num canto qualquer da sala
A sorte falou que atenderá meus apelos
E que se não fez antes não foi por maldade
Ave César! Nós que vamos viver te damos tchau!
Esse tempo é tão bom como qualquer outro
Pra colher morangos pelo chão
E contar os segredos mais inauditos
As fogueiras serão acesas pelas noites
E haverão novos astros nascendo no chão
Vamos comigo não espere mais
As pedras dos castelos cairão um dia
Se formos fazer façamos hoje
Com o carinho extremo como um bicho
E com ternura suficiente como eles também
O poder já se confundiu todo 
E em suas palavras está sua condenação
Nada mais nos engana só a inocência
Mas aí é um jogo bom que repetimos
O menino já bebeu a água e sorri
Sorrisos são pedaços abertos do céu em cada um
Vale a pena ver de novo aquele velho filme
Em que sou o mocinho e não há perigo no final
Ave César! Nós que vamos viver te damos tchau!

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