sexta-feira, 31 de maio de 2013

A Dor Que Sinto Agora


A dor que sinto agora
Dói mais que a dor que sinto
As juntas doerão porque o corpo pede
Pés cansados teimarão em não andar
E a respiração imita o que foi um dia
Não é essa a minha dor
É outra bem pior...
Eu choro incontáveis mortos
Enfileirados em suas covas rasas
Sem nomes ou datas que os identifique
São apenas alguns números
Numa sucessão monótona
Como num relógio de camelô
Eles que vieram algum dia
Alguns mais contentes outro menos
Mas cada um em sua nuvem
Eles que vieram sem saberem
Que no mundo não há lugar para sonhos
O mundo é feito de ilusões não de sonhos
Os sonhos quase nunca são maus
Mas as ilusões assim o são
Elas apenas nos visitam sempre
Para mostrar castelos de cartas caindo
E quão mesquinha nossa alma é
Como dói como dói como dói
Mais que saber da morte de velhos amigos
Mais que saber que tudo vai mal
E ficar tentando ser moderno
Sem alcançar a velocidade do tempo
Me digam logo a chave da redenção
Ou o caminho certo da loucura
Talvez a dor passe logo
Ou então o sono chegue breve...

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Carliniana XLIV (Tranças Imperceptíveis)

Quero deixar de trair a mim mesmo dentro desse calabouço de falsas ilusões Nada é mais absurdo do que se enganar com falsas e amenas soluçõe...