O meu silêncio tem a boca grande
Tão grande e não dá pra fechar
E ele fala por aonde ande
Fala até que possa cansar
Ele fala de coisas feias
Coisas que não são de se admirar
Fala do sangue quente nas veias
Que não pára de queimar
O meu silêncio começou nos versos
Mas agora foi pra rua
E ainda tem segredos já confessos
De um dia ir pra lua
Ele anda em largos passos
Vou ocupando todo meu dia
Se triste ocupa todos os espaços
Tentando se tornar alegria
O meu silêncio tem idades eternas
Sempre existiu e existirá
Foi de um homem das cavernas
E em lendas já está
Ele anda de pés limpos sobre as lamas
Em qualquer lugar pode andar
E seus sons são garotos de programa
Que estão sempre a me ligar
O meu silêncio tem a boca pequena
Mas é grande esse seu grito
Mesmo quando ele envenena
Ele consegue ser bonito...
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