segunda-feira, 20 de novembro de 2023

Vinho Tinto No Canavial

Caneca bem grande

Meleca maior ainda

Selos e estigmas caem bem

Aos patos os sapatos

Aos gatos os ratos

Na tapera tem lua cheia

O saltimbanco comeu o tamanco

Fui beira de rio ali

Joelhos esfolados no vidro

Almeirão e jujubas

Beijo de língua no cartão de crédito

Na fila acaba o medo

Enfia o dinheiro no rabo

Marcela lê a tabela

Burburinhos e ameixas

O conde tá aonde?

Felícia usa botas

Eu queria ser anime

Toda perfeição erra

O mar também é céu

A raposa lava lenço

A Joeli é logo ali

O difícil é mais simples

Use Paco Enrabane

Cego que nem vidro

Justo que nem chulé

Discurso de peidos

Tico-tico é dois

Como mais que vomito

Nunca dormi acordado

O fantasma fuma havana

Envelope de galope

Na sexta feira tudo

Pago mico com pix

Hugo pegou as chaves

Sinhá batuca agora

Essa merda é minha

Violão de corpo 

Vade retro retroescavadeira

Pirão de molho é

Tone matou a sede

Tenho saudades de eu

Narciso bebeu cana

Escaparam por uma letra

O bofe comeu bofe

Batam palmas pro idiota

O ofício dos ossos

Madruguei gorinha mesmo

A bruxa foi de drone

O Chico tem butico rico

Canto e choro e decoro

Cortina de papelão

Meia pelo meio

Pelanca de carne dá cheiro

Engano de corno

Boi deitado é boi

Dois dedos de chá

Acabou a bisteca

Fui no canavial

E enchi a cara de vinho...


(Extraído do livro "Maluqueci de Vez" de autoria de Carlinhos de Almeida).

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Carliniana XLV (Indissolúvel)

  Plano A... Plano B... O amor é uma pedra Que teima se dissolver na água Quem poderá consegui-lo? Plano A... Plano B... O pássaro encontrou...