de uma chuva quase sempre ou quase nunca
em que passos de gatos são acompanhamentos
de um certo luxo que nos é desconhecido...
A praça dá discursos cheios de solenidades
que os cães aplaudem com real entusiasmo
principalmente quando não são domingos
e as folhas dão saltos suicidas para o chão...
Vejamos a filosofia ensinada dos pássaros
que tentam engolir de uma vez o infinito
enquanto o sol exibe sua nudez estonteante
de um tempo incalculável que tudo segue...
Eis ali a água do mesmo mar de medo e amor
cumplicidade da tela de incontáveis peixes
e de mistérios de tempestades que gritam
suas inúteis palavras de ordem como poemas...
Eis aqui minha alma que geme e apenas isso
como o paciente que em mesmo estando terminal
não desiste de ficar berrando na escuridão
pelo teu amor que nunca tive e nunca terei...
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