sábado, 25 de novembro de 2023

Poema das Dez Horas

 

A parábola das parabólicas,

O ar viciado em boas maneiras,

O meu celular queimou quase agora,

Acabou-se o mundo na velha cantiga de roda.


Faço estrelas sob encomenda,

Desenhei uma reta toda em curva,

A hortelã alastrou-se pela nossa horta,

Minha maldade tem vários ataques de vertigem.


Aranhas calculam suas teias,

O vento quase apagou a pobre vela,

Cuidado com o dedo enfiado na tomada,

As tranças dos cabelos dela desmancharam-se.


Tive alguns lindos pesadelos,

A sorte insólita de alguns principiantes,

Mares nunca dantes navegados agora não mais,

Minha inocência mergulhou num profundo abismo.


Eu mastigo sérias palavras,

A dor acabou virando lugar-comum,

Aqui jaz tudo aquilo que um dia eu quis,

Se bateram palmas foi apenas por um engano.


Os prazeres agora enfartaram,

Meça o tempo com aquela régua ali,

Quem chegar primeiro perde a corrida,

Eu rezo contrito implorando coisa alguma.


Doses homeopáticas de ilusão,

Vazio cheio de toda coisa nenhuma,

Eu não me apiedo nem de mim mesmo,

Queria poder ficar acordado depois das dez...


(Extraído do livro "Maluqueci de Vez" de autoria de Carlinhos de Almeida).

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