Perrone tartamudeia nos ouvidos da Juricéia
Histórias de ninar da ante guerra:
Estamos marcados por nossas feridas
Assim como leões fidalgos de quintais ibéricos
E isso consiste nossa sina mais irrisória.
Possibilidade de nos baterem palmas temos,
Mas estamos pendurados no gran abismo
Com essas cordas de violino desaproveitadas!
E ela languidamente responde em gestos:
Pode ser que sim, pode ser que não, depende.
Os inventores de farsas um tanto canibalescas
Agora ladram feito pitbulls adestrados e sensíveis
Na arte pictórica de bailar em folhas de alumínio.
E o que será de nós? - Pergunta ele em libras.
Não, sei, desconhecido de quase meio minuto -
Responde ela enquanto pensa como doidivanas.
Olhe quantos camelôs travestidos de narcisos
Agora nos sobrevoam enquanto cospem cerejas.
A vida é apenas um boliche e somos os pinos...
Desde que Tesla foi beber um chá e não voltou
Os milharais estão cheios de milho e só,
Os corvos apreciam um bom maxixe húngaro.
E Perrone franzindo suas sobrancelhas de abelha
Habla em tom mais do que enigmático:
E então onde, ó amada, comeremos coxinhas
E beberemos nossos refrescos de anis com sal?
- Não faço ideia, ó venturoso desventurado,
Quixote de inúmeras promoções dos Desapegos,
Essa pergunta é assaz liliputiana qual pó de arroz,
Espinhas de peixe poderão surgir aos montes
Para desagrado dos barões que viraram ossos...
Então façamos um trato, minha cara tão cara,
Não nos importaremos mais com vulgaridades
Tais como são expressas pelo Marquês de Lebichano,
Plantemos hortaliças em nuvens de crepom caseiro
E vendemo-las com nozes quadradas de além-mar.
Sim, meu querido, juro pelas botinas do meu pai!
(Extraído do livro "Maluqueci de Vez" de autoria de Carlinhos de Almeida).
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