terça-feira, 21 de novembro de 2023

Marimbondo Suado

Fui na Vila Nova de Gaia lamber sua saia

Fui num chá beneficente arrancar um dente

Desisti de um coito pra ir comer um biscoito

A pobre da mosca acabou perdendo a rosca

Fui passear em Barcelona e dormi sob a lona

Eu quase não saio porque quase sempre desmaio

O quadrado do marimbondo é quase redondo

Os bezerros à vezes também cometem seus erros

Uma mosca de banheiro ali para o cavalheiro

Um autógrafo do Gautama ali para a dama

Temos churrasco de gato com certo anonimato

Um copo de namastê pronto para você beber

Fui num safári em Copacabana que foi bacana

Seu Cazuza estava com a mente tão confusa

Preciso de um prego para pregar na parede meu ego

Meu remorso quase que teve mais um troço

Villa-Lobos deu algum dinheiro para os bobos

Para o glutão o escritório é no seu refeitório

Todos os alhos são aparentados com os bugalhos

Todas as carpideiras possuem boas maneiras

Estava esperando na janela um jeito de dar trela

Só bebo mate se tiver pelo menos vinte e quatro quilates

Até Neneca um dia já sentou numa boneca

A nossa inocência é composta de 100% de indecência

Fazemos um patê de jiló do tempo da minha avó

O defunto não quis nem mais puxar assunto

Três mais quatro é dezesseis desde a morte de Inês

Fui na Nova Guiné para bater um papo com seu Zé


(Extraído do livro "Maluqueci de Vez" de autoria de Carlinhos de Almeida).

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