Eu vi periquito quase verde, vi sim!
Tava ali no boiteco tumando uma, tava!
Vi tumbém Rodolfo caindo redondo
Na porta da padaria, bem na porta!
Doce fragilidade sem sabor de velhos capos
E capotes já fora de moda em chuvosos dias...
Mercedes bebeu até cair, até cair!
Vremeia que nem cereja, tomando celveja!
Naquela ruinha do lado da Adelaide
Em tempos idos, até que um tanto bons!
A miséria que vive berrando desesperada
Como os porcos que vão para sua matança...
Iara mijou sentada, sim, mijou sentada!
A calçada é um lugar qualquer para tal façanha!
A morte não é nada, mas a vida é menos ainda,
Principalmente para os que não tiveram nada!
Sonhos são vagalumes bulindo na zoiarada
Uns demai e outros demeno, mai sempre...
A cana desceu goela abaixo que nem tombo
Mas só fez essa porra, só essa porra! ...
(Extraído do livro "Maluqueci de Vez" de autoria de Carlinhos de Almeida).
Nenhum comentário:
Postar um comentário