quinta-feira, 6 de maio de 2021

Alguns Poemetos Sem Nome Número 100

 

Não, nunca, desconheço essas palavras pela metade. Hei de teimar até o fim. Nossos sonhos são espinhos que deverão ser sentidos, doer é apenas uma circunstância inevitável ou não. Rir, é o que mais podemos, mesmo na hora do choro. Esperar, mesmo que o tempo pareça ser pouco, mas isso é um grande engano, o tempo só nos manda quando desistimos de não sermos o seu mestre. Não, nunca, devemos prestar mais atenção, os nossos enganos são outros...


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A verdadeira sabedoria ri da nossa cara. Ter não é mais importante de que ser. Tudo o que atingimos, de uma forma ou outra, acaba nos escapando entre os dedos. Os metais enferrujam, os tecidos rasgam, os brinquedos quebram. Os versos são mais duradouros que os castelos; as canções em nossa memória são mais eternas que aquilo que vivemos disputando para depois não querermos mais. A verdadeira sabedoria ri da nossa cara. E muito...


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A minha sombra me segue, não se cansa, não se enfada, não se entedia. Espera pacientemente que eu prossiga pelo caminho. Ela não me condena, nem me absorve. Não me ataca e nem me defende. Não me faz perguntas inconvenientes sobre o que faço ou deixo de fazer. Mesmo quando desaparece no meio da escuridão, continua lá. Calma, tranquila, sempre. A minha melhor companhia.


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Teus olhos assim me seguem

Fera por toda noite...

Quanta luz mesmo escura!

Falta-me o ar

E falta-me o tino decerto...

Mesmo que não penses

Mais em mim

Continuo em minha teimosia...

Por que me mataste?...


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Rasguei minha fantasia

de uma só vez...

Calei todos os blocos

matei esse carnaval...

Fiquemos em silêncio

como bons meninos...

Só nossas asas

continuam batendo...


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Acendi um cigarro como se fosse o último

Falta-me a venda nos olhos feito condenado

Lancei a fumaça como quem desenha

Mesmo que faltem as cores mais necessárias

O amor é assim mesmo e sempre foi

Nunca é pobre, é sempre rico

Mesmo quando dorme em calçadas...


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Tenho tanta pressa

de mim mesmo

Como sol 

pra entrar em janelas

Como tempo

matando relógios

Terças logo serão

apenas quartas

com gosto de quintas

Tudo é uma simples

partida de dominó

Um brinquedo novo

quase quebrado

Tenho tanta pressa

que agora nem 

me conheço mais...


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Urubus e bem-te-vis

disputam espaço 

pelos flashes das câmeras

com seus sorrisos caprichados...

Não há razão 

(pelo menos por ora)

de lembrarmos

de circunstâncias forçadas...

Os loucos tocam clarins

para que a Rainha de copas

ordene logo logo

que cabeças sejam cortadas...


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