Foda-se o desvario dos burgueses
Que querem nos tratar como reses
A falsa moral que coloca a mão na cara
Que não vê a desgraça humana não repara
O rubor nas faces toda vez que xingo
Quero dar o troco e dessa vez me vingo
O troco pela merda que vocês fizeram
Porque dum mesmo buraco é que vieram
E para um mesmo buraco que irão
Quem se banqueteia sempre é o chão
Foda-se o conjunto de regras de etiqueta
O politicamente correto e o careta
A sua cara deslavada a cara de pau
Somos humanos somos o bem e o mal
Eu erro você erra e todo mundo erra
Até o perigoso na hora do perigo berra
Não sou nem quero nem serei bonzinho
Deixe-me em paz para seguir meu caminho
Isso é que podemos chamar de vida
Não queira tentar viver outra coisa parecida
Foda-se a maldade dos maus políticos
Com seus argumentos idiotas e raquíticos
Não quero santinho e nem seu abraço
A vida não é circo e eu não sou o palhaço
Nem quero me arriscar no globo da morte
Não invejo àquele que teve alguma sorte
Eu até que poderia ter nascido mais bonito
Sem essa cara assim de meio esquisito
Mas esse é apenas o meu destino - fodeu
Se eu tivesse outra cara não seria mais eu
Foda-se os honrados pais-de-família
Que escondem os podres de filhos e filhas
A mãe que é certinha e na rua tem amante
Cada um que tenha sua cruz e siga adiante
Eu não critico mas por favor não critique
Deixe de frescura e nem tenha um chilique
Existe muito mas eu nem quero mais falar
Porque meu latim eu não quero mais gostar
Deixem que eu fume e beba a minha cachaça
A vida só vale quando se tem pirraça
Foda-se foda-se e foda-se...