Essa confusão toda. Os camelôs gritam desesperados em alto volume. O ministro é sinistro. E alguns levantam suas bíblias apontando pro céu. Divinas ilusões. Divine Brown. James Brown. E outros produtos comestíveis trancados em memórias esvoaçantes com menos possibilidades de acordar. Nunca chega a hora de saber coisa alguma. E é a mentira da mentira da mentira. Pergaminhos em uma língua desconhecida e totalmente esquecida. Saladas culturais. Eu danço maxixe pelas calçadas de New York. Não importa se agora neva. Eu me confundo com letras e números. E tenho a capacidade de um cameleão. Vamos macacada! Os velhos discos tocam numa vitrola daquelas bem antigas. A dança é a mesma que nossos avós dançaram. Só se trocou a inocência. Falta essa no mercado. Como brinquedos antigos que nunca mais vi. As ordens estão lá. Para serem obedecidas. Mesmo que o preço seja a nossa dignidade. Não queremos. Mas queremos. Não pedimos. Mas aceitamos. Nada disso estava incluído em nossas orações. Nossas novenas eram bem diferentes. Mas tudo foi como um passe de mágica. Presto! Você está aqui e você não está aqui. Abracadabra! Você prestava e agora não presta. Vice versa é a palavra de ordem. Falamos em inglês mesmo dormindo. As cartas do truque estão marcados. E os dados estão benzidos. As marés determinam qual o lado que escolhemos. Essa é a mais democrática das escravidões. Sorrimos sempre. A piada foi boa. Mesmo quando não queremos rir. Sons de viola caipira tocam a polca que enche os salões. E ser apenas um fantoche é a mais nova de todas as drogas. Essa confusão toda. Bem organizada. Limpa e cheirosa apesar dos cheiros ruins das ruas. Mijo. Merda. Comida estragada. E rostos montados pro grande teatro sem platéia. Só existem atores. Tanto em cima quanto em baixo. Não há descanso. Só existem pesadelos mesmo quando nossa cabeça jaz confortavelmente em nossos travesseiros. Todo protesto teve seu ataque de riso. E um rosto moreno com franja escondendo parte da testa. Sem pudor. Sem pendor. Sem nada...
Perdido como hão de ser os pássaros na noite, eternos incógnitas... Quem sou eu? Eu sou aquele que te espreita em cada passo, em cada esquina, em cada lance, com olhos cheios de aflição... Não que eu não ria, rio e muito dos homens e suas fraquezas, suas desilusões contadas uma à uma... Leia-me e se conforma, sou a poesia...
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Alguns Poemetos Sem Nome N° 322
O amanhã é o hoje com requintes de ontem. Todo amor acaba sentindo raiva de si mesmo. Os pássaros acabam invejando as serpentes que queriam ...
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O caminho que vai dar no mar. Consequências de tudo o que pode acontecer. E lá estão barcos e velas incontáveis. E amores em cada porto ...
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Não sabemos onde vamos parar Mas qualquer lugar é lugar Quantos pingos nos is temos que colocar Quantos amores temos que amar Quantos ...
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Um sorriso no escuro Um riso na escuridão Um passado sem futuro Um presente em vão... Mesmo assim insistindo Como quem em a...
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