É madrugada,
Meu coração madruga,
São dores pela calçada,
Quase uma fuga
E não há mais nada
Somente a ruga
E uma feia amada
Que se me aluga...
É madrugada,
Meu coração palpita,
É a cor mais embaçada,
Mas que é bonita,
É a vida mais desgraçada,
Muito mais aflita,
Que corre tão desesperada,
E que também hesita...
É madrugada,
Meu coração é escuro,
Não posso correr da malvada,
Num breve futuro,
Não sei qual a vida inusitada,
Que há atrás do muro,
Ou ainda no fim da estrada,
Sei ainda vou puro...
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