Normalmente em dias vazios. Quando o peito fica vazio. E vazio permanece. Não que se queira. Mas é como inevitáveis datas de choro. É o carro que entra na pista errada e não consegue freiar. Movimentos involuntários em uma sequencia pré-programada. São rápidos. Nada os impede. São cheios de uma alegria às avessas. Quase cem por cento má. Caiu o prédio. Que engraçado. Morreu o sonho. Ainda bem. Sem mal pra ninguém quase sempre. Mas mordendo a sí mesmo como um guerreiro furioso.
E nesses dias o gosto muda. Mesmo quando não há gosto. E não queremos mais que o anjo nos acompanhe. Estou só. Em eternos labirintos de mim mesmo. Não há demônios à minha espreita. Eu mesmo o sou. O único perigo que existe sou eu mesmo. A única fera que poderia me devorar ocupa o mesmo espaço. Eu quebro espelhos com meu semblante. Antes mesmo de qualquer resposta para as perguntas que não quis. Parei de fazer perguntas. Me transformo em bicho e a presa que persigo não tem nome.
Quando me arrepender será tarde. Ou então só me arrependerei de ter sido menos cruel. Deveria avisar ao menos... Ser o pesadelo anunciado de dias que não se acreita. Não quero falar mais nada. A dor é um grande novelo que o gato brinca. E o desespero é quando ele rola. Colecionar tsunamis é a nova moda. Ou outros tipos de catástrofes que abalem apenas a minha aparência. Eu sou um homem moderno. E politicamente correto. Nada sei. Mas de tudo entendo. Quero sentar no trono do rei. Mesmo que cortem minha cabeça.
Não chegue perto. Eu repito. Não há nada que acabe com a fome e a sede. Nem novidades da hora...
Nenhum comentário:
Postar um comentário