Quando escrevi a primeira palavra
Não consegui parar mais...
Palavras são cúmplices que nos salvam
De dias cruéis e tão mais comuns...
Palavras são mais que artifícios
Para que nossos prédios não desabem...
Quando bebi da primeira dose
Não consegui parar mais...
Minha embriaguez não possui limites
E eu mesmo que construo minhas fronteiras...
Minha embriaguez é a minha mágica
E ela vai me protegendo de feios espelhos...
Quando dei a primeira tragada
Não consegui parar mais...
Fiz de todas as nuvens do céu
A minha única e real fumaça...
Vou rindo de tudo que posso
E às vezes até do que não...
Quando dei a primeira caminhada
Não consegui parar mais...
Deve ser isso que chamamos vida
Seja em que língua que for...
E a nossa última caminhada
É aquilo que chamamos morte...
(Extraído do livro "O Espelho de Narciso" de autoria de Carlinhos de Almeida).
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