Por me faltar gestos
Ou não ter palavras
Só então me resta
Olhar os teus olhos
Como um pirilampo
Admira uma estrela...
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Não, eu não sou o soldado
Que entrou em fileiras por maldade,
Malvada é a vida,
Malvado é o mundo,
Eu sou o soldado que quer voltar pra casa...
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Não é que eu não goste do amor,
Todos os poetas gostam,
Não é que eu não admire a beleza,
Todos os poetas admiram,
Não é que eu abomine o riso,
Todos os poetas gostam dele...
Eu falo muito da tristeza
Porque ela vive falando de mim...
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Eu sou meu próprio Universo. De um extremo ao outro. Todos os detalhes. Eu sou o meu próprio Mundo. Os países que lá existem. Alguma paz, todas as guerras. A minha própria pintura. Pois não? Nela estão todas as matizes. A própria essência - da inspiração à ideia, da ideia ao esboço, do esboço até a realização e, finalmente, a obra que permanecerá num simples canto. Eu sou os meus dias...
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Ando em um labirinto feito de palavras. Não sei mais onde começaram, nem onde terminarão. Muitas delas me acariciam. Mas muitas delas acabam me ferindo. As palavras são desse jeito mesmo. Algumas berram, outras são tímidas. Umas vivem nas praças, outras nem do quarto saem. Só sei que abri as janelas e fechei as portas...
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Toda saudade é faca,
Fere quando ataca
Todos os medos são nossos,
Doem até os ossos
Toda paixão é louca,
Mesmo demasiada é pouca
Todo velho é menino,
Nunca envelhece o destino...
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Porque tentei e tentei tanto
E após aquele cansaço
A pobre alma se fez em cacos...
Porque tentei e tentei tanto
E após aquele fracasso
Acabou todo e qualquer barato...
Porque tentei e tentei tanto
E após aquele espaço
A fruta envelheceu mas não madurou...
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