É a mesma dança, o mesmo passo,
É essa mesma monotonia,
Mesmo alegre, se tem compasso,
Carnaval no lixo ou na Bahia,
Se tem dinheiro ou não tem nada,
Pula na fogueira ou na água fria,
Se tem carinho ou tem porrada,
Bolso cheio, geladeira vazia...
É o mesmo parto, a mesma morte,
Saiu pelado ou de fantasia,
Escapou ileso ou teve um corte,
Berrou demais ou teve afasia,
Desmaiou no meio da sala,
Foi honesto com sua patifaria,
Ficou em casa, mas fez a mala,
Sempre prometeu, nunca cumpria...
É o mesmo enfeite, a mesma chaga,
Falou verdade ou só mentia,
Acendeu a vela, rogou a praga,
Comeu do resto, mijou na pia,
Deu um susto no cara morto,
Escreveu um livro e nada sabia,
Era um navegante sem ter porto,
Pai de família da mesma putaria...
É a mesma dança, a vida...
(Extraído do livro "Escola de Mortos" de autoria de Carlinhos de Almeida).
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