O nada que tive hoje
Não é o mesmo nada de amanhã...
Eu quero te ver desesperado
Como quem tentou errar
E acabou acertando todas...
Aquele meu amor quase eterno
É o moleque que sorri sem motivo
Trazendo qualquer estandarte...
Pisei em cima das flores
Com estes meus pés de nuvens...
Eu quero te ver tão calada
Como quem fixa os olhos
E acaba adentrando no espelho...
A minha maldade é só bondade
Que nem eu mesmo sei
Como é um labirinto em linha reta...
Entreguem para o velho cão
Para roer seus próprios ossos...
Eu quero me ver gargalhando
Como um desespero mais poético
Que esqueceu de fazer versos...
Quantas ruas ainda teremos
Para sangrarmos os pobres pés
Antes que esta noite eterna chegue?...
Se quer comer alguma coisa
Encha seu prato com as sobras...
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