Em muitos fios por aí,
Ventos frios, mesmo em dias de calor,
Em uma solidão feita de muitos,
O que passa os que passam lá embaixo?
A maioria das respostas não tem pergunta...
Os postes são as novas cruzes,
Acabam trafegando por eles - desenganos...
Ficar sereno, quieto feito o morto,
Talvez seja a única das saídas possíveis...
A festa acabou e não tem outra,
Eu sou o alvo de muitos tiros,
A mira para muitas pedras e gatos...
Em muitos fios por aí...
Cada fio é apenas um rio,
Um rio sem água e sem seca também,
Um dia tudo isso acabará...
Os fios, os postes, as ruas, as casas,
Acabarão todos os bichos e homens,
É tudo só uma questão de tempo...
Só sobrarão lembranças estáticas,
Como estou agora aqui - pousado...
(Extraído do livro "O Espelho de Narciso" de autoria de Carlinhos de Almeida).
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