terça-feira, 17 de janeiro de 2023

Lama Limpa

Conserva-se em sua brancura enganosa

Assim mundo e pessoas

Olhem só! As obturações escondem cáries

E a maldade maquiada com falsa estética

Falemos do amor que não temos

De nuvens que não veremos de pertos

Pesadelos tão maquiados...

Debaixo do tapete cinza dos mortos

Tudo que temos agora

Na invisibilidade seres miseráveis

Que cumprem a pena do nascimento

Vida e morte faces do mesmo espelho

Aquele espelho repleto de manchas

Do creme dental de todas as manhãs...

Mãos limpas e cabelo penteado

E roupas impecáveis de marca famosa

Serenos hábitos de pura educação

Inexistência total de choro

Amor enjoativo como doce 

Que alguém errou no açúcar

E ainda toda a podridão existente...

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