Desenganos se escondem nos bolsos
Para poderem passear por aí
Cantos praças e vertigens...
Sonhos voam sobre nossas cabeças
Parecendo pequenas estrelas
Começou o desenho animado...
Eu andarei despreocupadamente
Como se o mundo se acabou
Por ruas que não conheço...
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Que comece logo o tango
Com certa dramaticidade
De todas as coisas bonitas
Mesmo que sejam tristes...
Que comece logo a ciranda
Ainda que com a tontura
De todas as coisas bonitas
Mesmo que sejam tristes...
Que comece logo a poesia
Até quando nos faça o choro
De todas as coisas bonitas
Mesmo que sejam tristes...
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Sono às avessas
O que poderei fazer?
Em muitas de minhas noites
Sacrifico muitos cigarros
E tenho alguns sonhos
(Ou será ao contrário?)
Depois pesada manhã
Onde passarinhos em seus galhos
Cantam algumas óperas
Enquanto as flores
Dançam tangos com borboletas...
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Nervos doloridos
Cabeça rodando
Carrosséis malvados
Flores taciturnas
Estoura um som no ar
E o plano malvado
Malvado falha
Uma criança sorri
E triunfalmente diz:
- Bom dia!...
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Moedas contadas
Antes quase vinténs
Numa máquina do tempo
No meu andar de cima
Lembro-me
Castigo ou saudade?
Deve ser os dois
Não tem assim
Muita diferença...
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O juiz leu minha sentença (com o mesmo semblante dos que não sabem nada ou não queria saber): - Perante as provas aqui apresentadas e por decisão unânime do júri, o réu fica condenado à sonhar até o último dia de sua existência, sendo-lhe vedada sentir tristezas, exceto aquelas acompanhadas de saudade, deverá também ficar alegre em dias de carnaval mesmo se esses forem em dias de chuva. A sessão está encerrada! - E bateu seu martelo...
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Tem alguma carpideira por aí?
Se tiver, tenho alguns trocados
No fundo de meu bolso sujo, eu pago...
Já estive em numerosos funerais
E soube da partida sem volta
De muitos que um dia amei...
Não quero mais, chorem no meu lugar!
Tem alguma carpideira por aí?...
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