sábado, 14 de janeiro de 2023

Bem-Assombrado

Com pouco espaço feitos extraordinários

 Afastam-se do leproso

Para que ele não corra algum perigo...

Com poucos risos a comédia do ano

Esqueçam de sóis passados

É perigoso acordarmos nossos mortos...


Uma banda toca sem plateia na praça 

Nunca fomos tão miseráveis...


Com tão pouco amor tantas palavras vãs

Lembrem-se só do sexo

Ele parte sem deixar algum pesadelo...

Com tanta mentira pagamos nossos pecados

Liguem logo a televisão

Tem um desastre novo chegando triunfal...


A mocinha com seus dentes bem cariados

Oferece o corpo que não tem...


O negro foi espancado pelo simples fato de sê-lo

Faz parte da sempre sordidez

De uma sociedade que se esconde sob o tapete...

Toda tristeza saúda e vem pedindo passagem

Não chegou o carnaval

Mas as correntes já rangem lá no nosso porão...


Um poeta miserável e simples desesperado

Chora por aquilo que não queria ver...


(Extraído do livro "Insano" de autoria de Carlinhos de Almeida).

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Alguns Poemetos Sem Nome N° 322

O amanhã é o hoje com requintes de ontem. Todo amor acaba sentindo raiva de si mesmo. Os pássaros acabam invejando as serpentes que queriam ...