Melhor assim
Sair sapateando
E dando berros de alegria
Sem motivo algum...
Acordar todos desta triste cidade
Que está de cara feia...
Dar bom dia para desconhecidos...
Se acharem que estou maluco
Estou sim e daí?
Mais tarde vem uma estrela
Pra me buscar...
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Não toquem em feridas antigas
Elas querem dormir agora
Atormentaram a noite
De quem as possuía...
Não sintam certas saudades
Elas podem nos atacar
E o coração pode ser fraco
Para suportar tanta coisa...
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Versos e borboletas
Minha alma acaba se confundindo
Não tenho culpa disso
Os versos voam pelos jardins
Causando esse tipo de confusão...
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Um pé de pau
Me pede sal
Me pede vento
Um pé de vento
Não entendo
Me rendo
O que a vida fez de mim?
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Cubro-me de cinzas como alguém de luto
Não há algum morto meu para prantear
As cinzas não são de alguma fogueira
Que no meio da noite se colocou a apagar...
As cinzas são minhas
Não fui cremado
Mas estou mais
Que nuvens caladas
Que logo desabarão...
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Como desesperado, meu povo anda sem direção. Não há o que comer, quem tem prefere alheia desgraça. Nunca fomos tão apáticos. Como zumbis, a massa repete as mesmas fórmulas. Pensar é muito perigoso nestes dias. Os idiotas são bem-vindos. Como expulsos, desconhecemos se existe um verdadeiro paraíso. Falaremos de uma felicidade sem gosto que se esvai bum sopro. A morte apenas cumpre seu papel. Como desesperado, eu como...
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Deus-dinheiro de palavras poucas
Que enche apenas algumas bocas
Que seca quando quer algum choro
Que gosta de trazer mau-agouro
O teu barulho me perturba a paz
O tilintar da moeda, teu capataz
A tua mortalha cobrindo o mundo
A tua bomba que dura um segundo
Deus-dinheiro de muitos nomes
Parceiro, amante de muitas fomes...
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