terça-feira, 6 de julho de 2021

Alguns Poemetos Sem Nome Número 103

pedra e meia

sangue e veia

flor e morte

dor e corte

não há mais fio pelo labirinto

digo que te esqueci e minto

só é real aquilo que sinto

vazia e cheia

sangue e areia

ardor e sorte

cor e norte

não há mais ninguém pela estrada

cada vez mais cheio de nada

a minha mente é torturada...


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até que me ataques sem avisar

grão por grão pombos catam migalhas

faço questão de não mais questionar

o verdadeiro encanto se ocultava

e todo efeito ficava sem validade

como se fosse um bicho morto

ou apenas uma ideia esquecida


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ela não imagina a eternidade que eu lhe dei

dentro desses meus versos sujos e desajeitados

há muitos ruídos que nem ao menos percebemos

e a cantoria desse seu pobre coitado

que pede esmolas mas é rico em fantasia

eu queria poder te ofender mas isso não consigo

seria o mesmo que dar um murro no espelho

vai logo na primeira estrela e me deixe em paz!


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nós na alma

nós e vários nós

perguntas irrespostas

sem cinema ou tão

dúvida árdida

invento o inventável

e subo serras

que não existiram

nem cortaram


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Várias sombras passeiam por aí...

Umas com pressa, 

Outras bem devagar, quase parando,

Umas só chorando,

Outras achando que estão contentes,

Umas comendo bem,

Outras com um vazio grande na barriga,

Umas festejando,

Outras enterrando seus queridos mortos...

Várias sombras passeiam por aí...

Umas com pressa,

Outras bem devagar, quase parando...


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uma cortina branca ou azul

(tanto faz desde que tenham estrelas pregadas)

e um sorriso novo daqueles bem antigos,

tão reais e tão etílicos!

como uma novidade que caiu no chão...

onde estará aquele rosto que não vi?

podem ter virado canção...


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Depois de passada tanta tristeza

se ela dissesse que me ama eu diria:

- Mentirosa!...

Depois de acontecido tanto choro

se ela me pedisse perdão:

- Nunca!...

Eu sou aquele que depois de pesadelos

acorda para dar risadas...


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Todas as roupas deveriam ser azuis

mesmo quando o azul fosse de outra cor...

Todos os parecidos seriam livres

voar seria a condição exigida para tal...

Eu não tenho talento algum,

quando muito finjo que tenho,

à não ser este e somente este mesmo:

olhar com olhos da profundidade infinita...


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