pedra e meia
sangue e veia
flor e morte
dor e corte
não há mais fio pelo labirinto
digo que te esqueci e minto
só é real aquilo que sinto
vazia e cheia
sangue e areia
ardor e sorte
cor e norte
não há mais ninguém pela estrada
cada vez mais cheio de nada
a minha mente é torturada...
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até que me ataques sem avisar
grão por grão pombos catam migalhas
faço questão de não mais questionar
o verdadeiro encanto se ocultava
e todo efeito ficava sem validade
como se fosse um bicho morto
ou apenas uma ideia esquecida
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ela não imagina a eternidade que eu lhe dei
dentro desses meus versos sujos e desajeitados
há muitos ruídos que nem ao menos percebemos
e a cantoria desse seu pobre coitado
que pede esmolas mas é rico em fantasia
eu queria poder te ofender mas isso não consigo
seria o mesmo que dar um murro no espelho
vai logo na primeira estrela e me deixe em paz!
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nós na alma
nós e vários nós
perguntas irrespostas
sem cinema ou tão
dúvida árdida
invento o inventável
e subo serras
que não existiram
nem cortaram
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Várias sombras passeiam por aí...
Umas com pressa,
Outras bem devagar, quase parando,
Umas só chorando,
Outras achando que estão contentes,
Umas comendo bem,
Outras com um vazio grande na barriga,
Umas festejando,
Outras enterrando seus queridos mortos...
Várias sombras passeiam por aí...
Umas com pressa,
Outras bem devagar, quase parando...
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uma cortina branca ou azul
(tanto faz desde que tenham estrelas pregadas)
e um sorriso novo daqueles bem antigos,
tão reais e tão etílicos!
como uma novidade que caiu no chão...
onde estará aquele rosto que não vi?
podem ter virado canção...
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Depois de passada tanta tristeza
se ela dissesse que me ama eu diria:
- Mentirosa!...
Depois de acontecido tanto choro
se ela me pedisse perdão:
- Nunca!...
Eu sou aquele que depois de pesadelos
acorda para dar risadas...
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Todas as roupas deveriam ser azuis
mesmo quando o azul fosse de outra cor...
Todos os parecidos seriam livres
voar seria a condição exigida para tal...
Eu não tenho talento algum,
quando muito finjo que tenho,
à não ser este e somente este mesmo:
olhar com olhos da profundidade infinita...
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