Garrafas vazias
em todos os cantos
sem os encantos
as manhãs são frias...
E estaticamente
tudo é diferente
Quem diria?
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Rosa rosa sem encanto
O riso morreu afogado
O azul de uns olhos
Me enlouqueceu
E um cheiro que não identifico
Acaba invadindo o ar
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Eu sou poeta, senhor,
só tenho palavras
intangíveis sonhos
um à um
qual fumaça de cigarro
Eu sou poeta, senhor
só tenho choro
inúteis desejos
um à um
qual água de muitos rios
Eu sou poeta, senhor
quase um morto...
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... eu me perdoo
de ter me perdido
em esquinas vazias
E era quase madrugada
... eu sou a sombra
eu sou a quase sombra
de simples alguns dias
E minhas mãos vazias
... um simples beijo
e a morte perguntando por mim...
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Esqueci de esquecer
de algum absurdo mais sensato
Fiz perguntas ilógicas
que acabaram tendo respostas
Interrompi esse meu canto
para escutar o aéreo silêncio
Eram montanhas tão longe...
Quando caí os joelhos ralados
nada mais significavam
Eu acabo debochando de mim mesmo...
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Se surpreenda quando assim quiser
eu sou apenas um guardador de impressões
sejam elas de notícias de alguma vinda
ou o término de educados epitáfios
joguei a mágoa para o lixeiro levar
e o ressentimento perdi entre as tralhas
eu me enganei com antigos rabiscos
inlembráveis de uma certa forma...
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A poeira suja meus dedos
e mesmo assim eu a olho
com uma certa ternura
tudo acabou acabando
e mesmo que um toque
de alguma eternidade
ainda tenha sonoras notas
eu não sei mais o que dizer
e isso pode ser bom ou ruim...
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Tudo parece até mais fácil
quando o desespero toma conta
e os tiros atingem seu alvo
Eu gritei ao meio-dia
e não tinha mais ninguém
O cavaleiro tirou a espada
da bainha e apeou do cavalo
A pluma de seu chapéu
acabou desenhando
a beleza que não existia...
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