Objetos espalhados pelo quarto
sem propósito algum
As cinzas com seu lugar de destaque
e as antigas miniaturas ao lado do PC...
O tempo corre em minha inutilidade
de ver a vida escondendo-me
Serei eu um fugitivo sem o saber?
A própria idade devorou-me...
É apenas inútil voltar atrás...
Para a morte não existem malas prontas...
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Eu queria apenas um doce...
Eu esqueci seu nome,
esqueci seu gosto,
esqueci seu próprio tempo...
Só arrisco-me a dizer
que era muito bom...
... Arrancou-me um dos meus raros sorrisos!
Era daqueles que vinham na caixinha?
Um anel daqueles seria uma joia
para meus trêmulos dedos...
Eu queria apenas um doce...
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Meus poemas pecam pela velocidade...
São enganosos...
Surgem silenciosamente como lamentos
que verdadeiramente são...
Mas surgem rápidos...
Muito rápidos...
Dificilmente surgem sós...
Depois deles aparecem outros...
São formiguinhas em fileira...
Levam de forma solene
os cadáveres dos meus sonhos,
de todos eles...
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O mundo é apenas isso:
por mais que enxergue
(ou pelo menos ache que enxergo),
nada existe além de mim...
Tudo que parece existir
estamos redondamente enganados...
Toda dor da existência é toda nossa,
quando alguém morre,
nós é que saímos do palco.
O mundo é apenas isso...
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A TV emite seus gritos
quer vender e vender bem mais!!!
Vender fantasias inexistentes
em que o amargo fica doce...
Quer que acreditemos em mentiras
como indecentes decentes cidadãos.
Grande promoção do dia:
Pague três e leve uma.
Grande promoção do século
morra continuando vivo.
Grande promoção do milênio
seja o mais idiota de todos.
Os frutos apodreceram antes
de poderem cair no chão...
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Tudo quase pela metade
não achei mais aqueles sorrisos
que guardei na velha gaveta
as sonoridades agora absurdas
abusaram de mim
por bem mais de tempo indeterminado
a tontura agora persegue-me
oferecendo seus préstimos
e a morte (como sempre)
diz-me que ainda não marcou
a minha hora como deveria...
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minha tristeza é mansa e suave
não mexe uma folha caída
como qualquer vento desses atrevido
minha tristeza é calada e tímida
ela sempre vira a cara pra parede
até que o sonho então venha
um dia desses qualquer
eu acabo então me compreendendo...
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Escuto o silêncio
Bem vejo a escuridão
Espreito os sonhos
Como quem caça
Mas...
Com tantos detalhes
Acabo esquecendo
Se sou humano
Ou apenas mais um felino...
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