sábado, 17 de julho de 2021

Alguns Poemetos Sem Nome N° 107

Objetos espalhados pelo quarto

sem propósito algum

As cinzas com seu lugar de destaque

e as antigas miniaturas ao lado do PC...

O tempo corre em minha inutilidade

de ver a vida escondendo-me

Serei eu um fugitivo sem o saber?

A própria idade devorou-me...

É apenas inútil voltar atrás...

Para a morte não existem malas prontas...


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Eu queria apenas um doce...

Eu esqueci seu nome,

esqueci seu gosto,

esqueci seu próprio tempo...

Só arrisco-me a dizer

que era muito bom...

... Arrancou-me um dos meus raros sorrisos!

Era daqueles que vinham na caixinha?

Um anel daqueles seria uma joia

para meus trêmulos dedos...

Eu queria apenas um doce...


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Meus poemas pecam pela velocidade...

São enganosos...

Surgem silenciosamente como lamentos

que verdadeiramente são...

Mas surgem rápidos...

Muito rápidos...

Dificilmente surgem sós...

Depois deles aparecem outros...

São formiguinhas em fileira...

Levam de forma solene

os cadáveres dos meus sonhos, 

de todos eles...


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O mundo é apenas isso:

por mais que enxergue

(ou pelo menos ache que enxergo),

nada existe além de mim...

Tudo que parece existir

estamos redondamente enganados...

Toda dor da existência é toda nossa,

quando alguém morre,

nós é que saímos do palco.

O mundo é apenas isso...


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A TV emite seus gritos

quer vender e vender bem mais!!!

Vender fantasias inexistentes

em que o amargo fica doce...

Quer que acreditemos em mentiras

como indecentes decentes cidadãos.

Grande promoção do dia:

Pague três e leve uma.

Grande promoção do século

morra continuando vivo.

Grande promoção do milênio

seja o mais idiota de todos.

Os frutos apodreceram antes

de poderem cair no chão...


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Tudo quase pela metade

não achei mais aqueles sorrisos

que guardei na velha gaveta

as sonoridades agora absurdas

abusaram de mim 

por bem mais de tempo indeterminado

a tontura agora persegue-me

oferecendo seus préstimos

e a morte (como sempre)

diz-me que ainda não marcou

a minha hora como deveria...


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minha tristeza é mansa e suave

não mexe uma folha caída

como qualquer vento desses atrevido

minha tristeza é calada e tímida

ela sempre vira a cara pra parede

até que o sonho então venha

um dia desses qualquer

eu acabo então me compreendendo...


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Escuto o silêncio

Bem vejo a escuridão

Espreito os sonhos

Como quem caça

Mas...

Com tantos detalhes

Acabo esquecendo

Se sou humano

Ou apenas mais um felino...


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