segunda-feira, 26 de julho de 2021

Alguns Poemetos Sem Nome N° 108

 

Tudo pode ser muito

ou quase nada

depende do silêncio

ou ainda do barulho

da alma de quem respira...

Eu esqueci de fazer as contas

e o tempo passou ligeiro...

Nada mais, nada menos 

do que isso

Todas as lembranças 

me matando aos poucos...


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Velhos filmes ou velhas fotos

me fazem tremer

mesmo não estando febril

Dói e acaba doendo e muito

quando eu morro em mim...


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Vou morrer quando agosto

for bem em março

e os maios surgirem de repente

em painéis pintados às pressas

com letras que não entendo mais...


O menino gritou para os céus

transformarem-se 

em azuis pedaços de umas bandeiras

e os meus dias forem todos engolidos

como uma música que toca eternamente


O vento acabou soprando cinzas

e eu mesmo me coroei

há uma placa com futilidades escritas

mas eu me recuso de toda a forma

a dançar com as máquinas...


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O vento gelado da noite

dói em meus ossos

com se fossem tristeza

A escuridão além dos céus

cegam-me maldosamente

como se fosse poeira

Escuto na noite alguns carros

que passam longe

como apáticos espectros

Até agora não inventaram

um remédio eficaz

para os que são tristes...


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O corpo de baile...

Um minuto de inércia...

Até os sons esperam...

A palavra dita para pela metade...

Apenas solenidade...

Eu estou comigo...

Nem a tempestade amedronta...

É apenas mais um sopro...

Cessaram as notícias...

Água ou vinho?

Só conheço o começo...

O fim desimporta...


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A solidão aos pedaços

Doses homeopáticas para matar...

Desamor em tsunami

De uma só vez para me acabar...

Eu ergo os braços pedindo socorro

Quem vai me salvar?...

Rimas pobres são repetidas

Não há mais o que falar...


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Já me perdi em tantos labirintos...

Alguns estranhos, outros conhecidos...

O desespero nos escolhe à dedo...

A pista está quase derrapante...

E o amor acordou mal-humorado...

Eu só consigo enxergar ruínas...

Um luz de sei lá que olhos me segue...

Quase nunca! Quase nunca!

Grito querendo ocultar meus estigmas...

A verdade é um tanto tímida...

A sinceridade sim essa é atrevida...

Nunca desdenhei a esperança...

Mas nem sempre isso dá certo...


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O vício das palavras

acabou com a minha saúde

Meus olhos possuem olheiras

de até alguns sonos teimosos

A vida segue adiantes

em suas várias paradas

Nunca hei de reclamar de nada

Sobretudo e inclusive

das mais sérias feridas


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