Tudo pode ser muito
ou quase nada
depende do silêncio
ou ainda do barulho
da alma de quem respira...
Eu esqueci de fazer as contas
e o tempo passou ligeiro...
Nada mais, nada menos
do que isso
Todas as lembranças
me matando aos poucos...
...............................................................................................................
Velhos filmes ou velhas fotos
me fazem tremer
mesmo não estando febril
Dói e acaba doendo e muito
quando eu morro em mim...
...............................................................................................................
Vou morrer quando agosto
for bem em março
e os maios surgirem de repente
em painéis pintados às pressas
com letras que não entendo mais...
O menino gritou para os céus
transformarem-se
em azuis pedaços de umas bandeiras
e os meus dias forem todos engolidos
como uma música que toca eternamente
O vento acabou soprando cinzas
e eu mesmo me coroei
há uma placa com futilidades escritas
mas eu me recuso de toda a forma
a dançar com as máquinas...
...............................................................................................................
O vento gelado da noite
dói em meus ossos
com se fossem tristeza
A escuridão além dos céus
cegam-me maldosamente
como se fosse poeira
Escuto na noite alguns carros
que passam longe
como apáticos espectros
Até agora não inventaram
um remédio eficaz
para os que são tristes...
...............................................................................................................
O corpo de baile...
Um minuto de inércia...
Até os sons esperam...
A palavra dita para pela metade...
Apenas solenidade...
Eu estou comigo...
Nem a tempestade amedronta...
É apenas mais um sopro...
Cessaram as notícias...
Água ou vinho?
Só conheço o começo...
O fim desimporta...
...............................................................................................................
A solidão aos pedaços
Doses homeopáticas para matar...
Desamor em tsunami
De uma só vez para me acabar...
Eu ergo os braços pedindo socorro
Quem vai me salvar?...
Rimas pobres são repetidas
Não há mais o que falar...
...............................................................................................................
Já me perdi em tantos labirintos...
Alguns estranhos, outros conhecidos...
O desespero nos escolhe à dedo...
A pista está quase derrapante...
E o amor acordou mal-humorado...
Eu só consigo enxergar ruínas...
Um luz de sei lá que olhos me segue...
Quase nunca! Quase nunca!
Grito querendo ocultar meus estigmas...
A verdade é um tanto tímida...
A sinceridade sim essa é atrevida...
Nunca desdenhei a esperança...
Mas nem sempre isso dá certo...
...............................................................................................................
O vício das palavras
acabou com a minha saúde
Meus olhos possuem olheiras
de até alguns sonos teimosos
A vida segue adiantes
em suas várias paradas
Nunca hei de reclamar de nada
Sobretudo e inclusive
das mais sérias feridas
...............................................................................................................
Nenhum comentário:
Postar um comentário