Vermelho de lábios
todo os tempos possíveis
Escuto os sons da TV
e olhos pesam
Notícias me apavoram
mais que o vento
Azul de lápis
profanei o papel
A vida é encanto
sem possibilidades
E somos marionetes
de nós mesmos
Jóia sem valor
o diamante era falso
A velha balança
erra todo peso
Fomos condenados
na primeira instância
Pequenas ruínas
são nossas saudades
Daquelas nossas asas
só sobraram as penas
E nossa maldade
se fez mais banal
O relógio parado
me lembra compromissos
Eu só vejo o mar
com todos os olhos
Até aqueles outros
que não têm mais luz
Não posso ser descrito
com inúteis palavras
Os bobos riram
sem entender a piada...
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