Não me importo,
muitas são as surpresas,
o bem e o mal acabam se confundindo,
no meu coração ainda há vagas...
Esqueci as lições de casa,
a sobrevivência se desespera
e enquanto seus gritos ecoam,
todos os apáticos dormem...
Trocaria minha eternidade
por um momento de esperança,
sentindo que o amor
não me feriu feito um espinho...
Eu sou igual a mim,
as dores me ensinaram
que até espelhos podem mentir
e a brincadeira sempre começa...
Fogo e água matam igualmente,
todos os tesões são iguais,
estômagos sempre doem,
o tempo dança sobre os caixões...
A estética dispensa detalhes,
a beleza não é imune à tristeza,
tudo acaba morrendo um dia
imerso na mais fria solidão...
Chamem depressa os lobos,
preciso uivar junto à eles,
depois corremos na madrugada
procurando nossas presas...
Voem seres da escuridão,
toda pressa é muito pouca,
vamos ganhando a altura
até não podermos mais...
Não me importo,
muitas são as desilusões,
todo sono será acordado,
poderão acabar os pesadelos...
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