Soltos, soltos. Os meus sonhos tão tristonhos. Os balões dos corações. As ideias sem plateias. As calmas sem almas. As esperanças sem cobranças. Os amores sem dores. As conversas mais diversas. Estou sozinho porque perdi o ninho. Soltos, soltos...
Soltos, soltos...
Como será minh 'alma em breve,
em uma a terra pesada ou leve,
nem importa se não exista,
a morte é sempre prevista...
Soltos, soltos. Os pesadelos arrepiam meus cabelos. As farsas são minhas comparsas. Sentindo tudo fico mudo. Pego a aflição na mão. Ninguém repara na minha cara. Eu fui no céu buscar meu anel. Eu fui no mar buscar teu olhar. E fui lá embaixo ver o que mais acho. Soltos, soltos...
Soltos, soltos...
Nem que se acabe o carnaval,
será eterno esse meu quintal,
não tem dia e nem tem hora,
mesmo sabendo que vou embora...
Soltos, soltos. As meninas estão nas esquinas. A sobrevida não é vida. O poder nos faz sofrer. Cada laço é um fracasso. Nem sempre ver me faz crer. Não existe mais emoção no coração. Com tudo perto fiz um deserto. Está tudo errado mesmo acertado. Soltos, soltos...
Soltos, soltos...
Para mim eu sou um estranho,
toda saudade não tem tamanho,
agarrei na tábua e não me salvei,
perdido nessa selva sem lei...
Soltos, soltos. Faço meus malabarismos em abismos. Não são nossos os nossos ossos. Peguei um trem para o além. Não mais dormi porque amanheci. Cada veneno é tão pequeno. Não pare não essa nossa canção. O concreto é bem mais discreto. Acendi a fogueira de outra maneira. Soltos, soltos...
Soltos, soltos...
Versos são o que me restou,
de tudo aquilo que não prestou,
eu até tentei, mas foi em vão,
agora vou pela escuridão...
Soltos, soltos,
como pássaros agora engaiolados...
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