água doce, água salgada,
ou tudo ou nada,
água quente, água salgada,
ou tudo ou nada,
em todas as cenas,
grandes ou pequenas,
mais entediantes
ou apenas interessantes
pinguins sobre a geladeira,
saudades de qualquer maneira,
um fado enfadonho
de pesadelo ou de sonho,
estava feliz uma hora atrás,
estava contente, não estou mais,
sou pobre, sou rico,
eu fico e não fico,
eu quero e não quero,
eu corro ou espero,
rosa ou margarida,
como é morta a vida,
o peão comeu o rei,
eu faço que sei mas não sei,
a noite amanhecia,
meu grito silencia,
um trago é um trago,
amaldiçoo ou consagro,
o almoço ou a janta,
a puta que é santa,
eu matei a própria morte,
foi questão de sorte,
os duques ou os ases,
os escravos e os capatazes,
as subidas ou as quedas,
são meus chips ou os Vedas,
é Quixote e Rocinante,
o mendigo é elegante,
eu sou fã da lua cheia,
meu castelo de areia,
me perseguem virgens loucas,
fazem mil caras e bocas,
meu velório é anteontem,
meu escondi sob essa ponte,
fiz uns versos tão normais,
quero logo os carnavais
água mole, água empedrada
ou tudo ou nada
água séria água engraçada
ou tudo ou nada...
(Extraído do livro "Insano de Carlinhos de Almeida).
Nenhum comentário:
Postar um comentário