Deixem-me falar o que quero,
palavras são perfumes que não vimos,
mas que acabam dominando o ar.
Dançar nas horas mais impróprias,
não me importo se são horas tristes,
eu sou triste vinte e quatro horas por dia,
mas ainda continuo por aqui e vivo.
A vida é apenas uma comédia mal encenada,
esqueceram de dar o script para os atores...
Eu sou apenas um passarinho sem dono,
desconheço o que é uma gaiola
e, apesar de estar ferido, os alçapões falharam.
Amo quem eu quero, mesmo que isso doa,
amar é pular sem o paraquedas
esperando que algum milagre aconteça,
mesmo sabendo que as probabilidades falham...
Regras? Foram feitas para serem quebradas,
eu sou o macaco que entrou na loja de cristais.
Decência? A puta teve mais decência
ao pagar o lanche para o menino de rua
do que todos os burgueses unidos em um só...
Os loucos possuem mais conhecimento
do que os sábios imaginam ter,
há mais hospícios pelas ruas
do que em mais tristes celas...
Eu queria tua nudez por toda eternidade
mesmo que isso significasse
o fim permanente de todas as coisas.
Eu sou quem grita no meio da escuridão
assustando todos os meus monstros,
nenhum deles é mais perigoso do que eu...
Não há caminho que eu não conheça
e perigo do qual eu não deboche...
Sou o autor de minhas desventuras,
o carpinteiro da minha própria cruz.
Eis que na minha madrugada chega o sono,
mas eu não queria poder acordar,
talvez o dia não seja menos cruel...
Nenhum comentário:
Postar um comentário