domingo, 24 de janeiro de 2021

Alguns Poemetos Sem Nome Número 93

 

Todos esperam

sabendo

ou sem saber...

Os bons e os maus

os são e os loucos

os sábios e os tolos

os tranquilos e os desesperados...

Todos sabem

esperando

ou fugindo dela...

Os que têm tudo ou nada

os que amam ou odeiam

os que a querem ou a evitam

os com tempo ou os atarefados...

E ela vem sempre 

cumprir sua tarefa...


...............................................................................................................


Muitas canções passaram por meus ouvidos

cada uma delas do seu jeito e com sua cor

As que eu quis ou que vieram por acaso

as que tento lembrar ou as que tento esquecer

Grandes sinfonias ou simples assovios

cada uma delas com seu tempo e sua forma

Mas acabei descobrindo a melhor de todas elas

a melhor de todas as canções - é o silêncio...


...............................................................................................................


Muitos pensam que são o que não são

muitos são aquilo que não pensam

o gato pode até ser o cão

mesmo que em nada se pareçam...

E a vida gargalha de nossa idiotice...

Muitos pensam no sim e falam não

muitos dizem o que não querem dizer

e evitam qualquer uma explicação

que a razão possa em si conter...

E a morte gargalha de nossa idiotice...


...............................................................................................................


Não quero mais passar por aquela rua

aquela rua é sua

nela vejo somente coisas que me entristecem

e meus medos crescem

Não quero mais ver sua cara debochada

eu não sou mais nada

e aquele cara que está consigo me debochando

não sei até quando

São tantas casas feias nessa rua tão triste

nada mais existe

e eu não quero mais me lembrar o que passou

nem sei mais quem sou

Não quero mais passar por aquela rua

aquela rua é sua...


...............................................................................................................


Teus cabelos

eram quase vermelhos

sob um sol de antes

eu usava alguns códigos

que acabei esquecendo

não me levem agora

deixem-me sofrer

bem mais um pouco

até que meu amor

se dissipe de uma vez...


...............................................................................................................


Domingos

quase segundas

assim são todas as coisas

tudo passa

não há pedras do destino

o silêncio mesmo existindo

é algo proibido

Canções

só arremedos 

do que sentimos e não sentimos mais...


...............................................................................................................


Talvez uma festa

comemorando o nada que ficou

espalharemos nossas cinzas

por qualquer mar que aparecer

e iremos embora

sem ao menos nos despedir

(despedidas são perigosas,

pode significar um novo encontro)

e agora que tudo passou

posso lhe dizer com relativa calma:

tem horas que compensa ser cego...


...............................................................................................................


Um lugar bem antigo

antigos fatos

antigas histórias

Frio e quente também

noites de SãoJão

e intermináveis parques

fantasias e adivinhações

dias de água

inúmeras delas

e a minha satisfação

mesmo quando não era

Um automóvel preto

rodando em ruas antigas

em que eu perdi...


...............................................................................................................

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Alguns Poemetos Sem Nome N° 322

O amanhã é o hoje com requintes de ontem. Todo amor acaba sentindo raiva de si mesmo. Os pássaros acabam invejando as serpentes que queriam ...